A proposta de distribuição de dividendos pelos accionistas, com o montante global acumulado de mais de 5 milhões de euros, já tinha merecido o voto contra dos administradores indicados pelos municípios em sede de conselho de administração, informa numa nota a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS).
Também «mereceu o vivo repúdio de eleitos locais, trabalhadores e populações da região», numa manifestação que ontem teve lugar em Setúbal, por considerarem que estão em causa «os efeitos da privatização da EGF – Empresa Geral de Fomento e a transformação de um serviço público ao serviço das populações, prestado pela AMARSUL, num negócio de milhões para o sector privado».
A proposta foi «amplamente debatida na assembleia geral, com os municípios a defenderem que os valores em causa são resultado da gestão da AMARSUL anterior à privatização da EGF e que estes «devem ser investidos na modernização da AMARSUL, na melhoria do serviço prestado e das condições de trabalho, contribuindo para o não agravamento das tarifas», lê-se na nota.
Apesar de toda a argumentação contrária, «a Mota Engil, através da EGF, que detém 51% da AMARSUL, insistiu na aprovação da proposta», que contou com a oposição de todos os municípios presentes na assembleia. Para a AMRS, esta decisão vem confirmar que, com a privatização da EGF, a AMARSUL «deixou de ter como objectivo fundamental a prestação de um serviço público de qualidade, estando hoje sujeita primordialmente ao objectivo do accionista privado: o lucro».
O texto termina com a AMRS a expressar a determinação de se bater por «um serviço público de gestão de resíduos sólidos urbanos de qualidade, ao serviço das populações e do enriquecimento ambiental da região», e manifestando «a sua oposição a quem vê neste serviço um mero negócio lucrativo».
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