Augusto Figueiredo, porta-voz do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) de Santarém, referiu à Lusa que «as pessoas que vivem no Entroncamento, Abrantes, Tomar e Torres Novas são as que mais sentem» o impacto dos pórticos, considerados «um entrave físico, económico e social».
Em Outubro de 2018, as comissões já «tinham chamado a atenção dos deputados da Assembleia da República» para o facto de as auto-estradas 23 e 13 contribuírem para o fluxo exagerado em itinerários principais ou estradas nacionais, por estarem construídas por cima deles.
O dirigente frisou que, tendo em conta a localização dos serviços públicos, «as pessoas continuam a utilizar as estradas nacionais, que não têm condições físicas nem estruturais para aguentar com o fluxo existente».
«Santarém está a tornar-se um ponto negro de segurança rodoviária, onde morre uma pessoa por semana resultante de acidentes rodoviários», lamentou.
As Comissões de Utentes da Região do Médio Tejo decidiram entregar este abaixo-assinado pessoalmente, esta quarta-feira, no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, de forma a «sensibilizar para as medidas de Janeiro, que tentaram mitigar, mas não resolveram o problema».
De acordo com Augusto Figueiredo, as assinaturas de mais de 12 mil pessoas não reflectem apenas as dificuldades de acesso às unidades hospitalares no centro da região, localizadas em Abrantes, Tomar e Torres Novas. O problema diz também respeito ao facto de as «empresas não se sentirem atraídas para se localizar na região», explicou.
Segundo o representante, o que o Médio Tejo precisa é de permitir que todos os que querem investir, trabalhar e visitar o território o possam fazer sem que tenham de pagar portagens.
«A região está a viver uma desertificação humana por perda da capacidade de fixação e atração de nova população», logo, «é imperioso acabar com as portagens» e «obter respostas rápidas», concluiu.
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