|Serviço Nacional de Saúde-SNS

Utentes concentram-se junto ao Hospital de Portimão

A Comissão de Utentes do SNS em Portimão vai realizar amanhã, dia 20 de Junho, pelas 18h, mais uma concentração junto ao seu hospital. «O ataque ao Serviço Nacional de Saúde continua», lamentam.

Em Fevereiro de 2015, a Comissão de Utentes do SNS de Portimão convocou uma manifestação para exigir a reposição de todos os serviços que foram encerrados, nomeadamente a manutenção da maternidade
CréditosFilipe Farinha / Agência Lusa

Em comunicado enviado ao AbrilAbril, a Comissão de Utentes do SNS em Portimão lamenta o encerramento das urgências de ginecologia e obstectrícia nas últimas semanas, reflexo do «retrocesso» nos serviços de saúde prestados no Hospital de Portimão, integrado no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Utentes do SNS de Portimão lutam contra a degradação do Hospital

A Comissão de Utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portimão convocou uma concentração para o próximo dia 14 de Janeiro, em frente ao hospital desta cidade algarvia, contra a «evidente degradação dos serviços».

Foto de Arquivo: Marcha de protesto junto ao Hospital de Portimão, realizada a 7 de Fevereiro de 2015, com o objectivo de exigir a reposição de todos os serviços que foram encerrados, nomeadamente a manutenção da maternidade, bem como chamar a atenção para a falta de medicamentos.
CréditosFilipe Farinha / Agência Lusa

«O Hospital de Portimão deixou de ser um recurso confiável, para se tornar um motivo de preocupação e receio para os utentes que a ele recorrem», lê-se no comunicado enviado pela comissão.

A par da falta de recursos materiais e humanos, os utentes salientam a indignação dos profissionais de saúde que trabalham no Hospital de Portimão e reforçam que «só a enorme entrega e resistência dos profissionais têm evitado males maiores».

No texto denuncia-se a política do anterior Governo, que «quase destruiu o SNS», e exige-se a imediata resolução dos problemas verificados. No entender da Comissão de Utentes, só travando uma luta dos profissionais e dos utentes «ombro a ombro» se poderão evitar as situações vividas no Hospital de Portimão, que, alerta esta comissão, «põem em causa a vida e a integridade das pessoas».

Frisam ainda que, apesar do pico da gripe e do aumento do turismo em virtude das festas de Natal e de Ano Novo, o «caos» nas urgências do Hospital de Portimão continua.

A Comissão de Utentes reitera o compromisso de continuar a lutar com as populações e os profissionais de saúde, na defesa de um SNS eficiente, moderno, universal e gratuito. A concentração do próximo dia 14 está agendada para as 15h.

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«Após um período em que os utentes sentiram alguma (pouca) melhoria nos cuidados de saúde hospitalares em Portimão, nomeadamente entre 2015 e 2019, eis que a pandemia Covid-19 e as opções dos posteriores governos vieram marcar novo retrocesso».

Sempre que é necessária uma intervenção mais especializada, «como uma urgência de ortopedia ou uma cirurgia de oftalmologia, os utentes sofrem da falta de médicos, falta de equipamento, indisponibilidades diversas». Esta realidade só demonstra o persistente desinvestimento no SNS, em benefício do «negócio da doença», ou seja, das empresas privadas, com milhões de lucros anuais.

O caso dos serviços encerrados, consideram os utentes, é um sintoma do desinvestimento no sector da saúde pública. Ao mesmo tempo em que se assume a falta de dinheiro para aumentar salários e contratar mais trabalhadores, os pacientes são «conduzidos a consultas, exames, tratamentos e cirurgias em serviços de saúde privados que posteriormente serão» pagos, em valores inflacionados, pelo SNS.

Quando o Hospital de Portimão foi construído, «granjeava pela fama e prémios que recebeu por ser um hospital amigo do bebés e pelas condições que tinha nestas valências». Hoje, fecham-se as urgências de ginecologia e obstectrícia.

Na concentração, a realizar amanhã, dia 20 de Junho, pelas 18h, no Hospital de Portimão, os utentes vão exigir a valorização das carreiras e das profissões, a contratação de mais médicos e enfermeiros e a criação de condições para garantir mais consultas, mais exames e mais cirurgias asseguradas pelo SNS.

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