Utentes do Algarve em luta pela melhoria dos serviços de Saúde

A Comissão de Utentes da Saúde do Algarve realizou hoje uma concentração em frente ao Hospital do Barlavento Algarvio, em Portimão, contra a degradação dos seus serviços. 

Utentes concentrados no Hospital do Barlavento Algarvio, exigindo melhores condições dos serviços
Créditos / Comissão de Utentes da Saúde do Algarve

Mais de 200 utentes manifestaram-se hoje junto ao Hospital do Barlavento Algarvio, em luta por melhores condições no hospital, contra o caos nas urgências e contra a falta de médicos especialistas, especialmente pediatras na urgência. Os participantes realizaram uma manifestação que contornou a rotunda do hospital,  principal via de acesso à cidade de Portimão, e acabou novamente à porta do hospital, onde a Comissão de Utentes prometeu novas lutas por toda a região do Algarve.

Numa intervenção em nome da Comissão de Utentes da Saúde do Algarve, Pedro Purificação lembrou que a comissão «lutará sempre em defesa do SNS, e sempre por melhores condições no nosso hospital». Deu alguns exemplos dos principais problemas e saudou a subscrição, em três dias, por parte de 47 enfermeiros das urgências do hospital, de um manifesto lançado pela Comissão de Utentes, em que se exigem soluções para a situação vivida diariamente na urgência. 

Foi referido que no último fim-de-semana não houve um único pediatra nas urgências de pediatria do hospital, e que se existisse um problema mais grave com uma criança, o caso era encaminhado para o hospital particular de Alvor. A Comissão de Utentes considera que a falta de pediatras nas urgências pediátricas é um profundo desrespeito pelos utentes e pelo SNS.

«Continua a falta de recursos materiais para fazer pensos, há falta de roupa para vestir os doentes, há falta de toalhas para secar os doentes, há falta de cobertores para proteger os doentes do frio e há falta de medicação»

Comissão de utentes da saúde do Algarve

O representante da Comissão de Utentes lembra ainda que  no período festivo as urgências quase colapsaram: os períodos de espera ultrapassaram as 16 horas e houve falta de médicos. Refere ainda que depois do encerramento de valências, como a cardiologia, a neurologia, especialidades cirúrgicas, a ortopedia (que é só de 2 em 2 dias), veio a confirmação de que as obras de remodelação nas urgências vieram só «provocar o caos e agravar os problemas do hospital».

A comissão informa ainda que «continua a falta de recursos materiais para fazer pensos, há falta de roupa para vestir os doentes, há falta de toalhas para secar os doentes, há falta de cobertores para proteger os doentes do frio e há falta de medicação». Denuncia também que há falta de médicos no quadro e por isso há médicos contratados «a peso de ouro» a empresas particulares de prestação de serviços.

Pedro Purificação lembra que tudo se deve ao desinvestimento no SNS, «que nos últimos quatro anos foi penalizado em mais de 3 mil milhões de euros». 

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