A Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos (CNSPP) era constituída por dezenas de democratas e antifascistas e teve como missão a denúncia dos crimes da ditadura e o prestar de auxílio a todos os aqueles que, por motivações políticas, eram encarcerados nas prisões fascistas.
É para assinalar a importância deste trabalho que se realiza, no próximo sábado, um evento comemorativo. A comissão promotora, em comunicado enviado à impressa, recorda os membros da CNSPP e a sua actividade em defesa dos presos políticos, «aquelas mulheres e aqueles homens que, ao longo de quase meio século, pagaram com a sua própria liberdade a insubmissão da ditadura fascista a que a Revolução de Abril pôs cobro, e que são os nossos verdadeiros heróis».
Na nota, recorda-se que, a 20 de Janeiro de 1970, foi lançado ao País o primeiro comunicado da CNSPP e que, três semanas antes, a 31 de Dezembro de 1969, um grupo de cidadãos entregou na Presidência do Conselho de Ministros um documento em que anunciavam a constituição da CNSPP e a sua missão de responsabilizar o governo e alertar a opinião pública para a gravidade da permanente violação de liberdades e direitos fundamentais por parte da polícia política «toda-poderosa», assim como para uma legislação penal perversa sob arbítrio de um tribunal especial, o plenário criminal.
«Na passagem dos 50 anos da CNSPP, num tempo que continua a exigir toda a nossa atenção para a defesa da liberdade e da democracia, impõe-se-nos assinalar essa singular aventura de resistência à ditadura», lê-se no comunicado.
É também lembrado o facto de que a actividade cívica, humanitária e política da CNSPP foi reconhecida pela Assembleia da República, com a atribuição do Prémio Direitos Humanos de 2010 a dois dos seus membros, Frei Bento Domingues e Levy Baptista.
O programa do espectáculo inclui a participação do Coro Juvenil da Universidade de Lisboa, sob a direcção da maestrina Erica Mandillo, e dos bailarinos Maribel Márquez e Nary Santos, e as actuações de Música com Paredes de Vidro (Alexandre Weffort na flauta, Carlos Canhoto nos saxofones, Fausto Neves no piano, Hugo Brito e Manuel Rocha no violino), Maria Anadon, Filipa Pais, Samuel, Carla Correia, Lucinda Loureiro, Luísa Ortigoso e Marina Albuquerque.
Levy Baptista e Eulália Miranda farão intervenções políticas.
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