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Afirmações do primeiro-ministro geram apreensão entre os militares

A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) mostra o seu cepticismo quanto à resolução de problemas que afectam os militares, face às recentes declarações de António Costa.

Militares desfilam perante o Presidente da República, durante comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Portalegre, 10 de Junho de 2019
CréditosNuno Veiga / Agência Lusa

A AOFA, em comunicado, sublinha que as recentes declarações do primeiro-ministro, nomeadamente quando refere que Portugal «tem hoje menos peso em equipamento do que devia ter e mais peso em recursos humanos do que aquilo que é o compromisso que temos com a NATO», não auguram nada de bom relativamente à resolução de um conjunto de problemas que afectam as Forças Armadas e os militares.

A AOFA chama a atenção para a redução de efectivos, no plano quantitativo e qualitativo, por força das «insuficientes condições de atractividade», designadamente ao nível de remunerações, carreiras, apoio na saúde e condições de trabalho. Uma situação que, segundo a Associação de Oficiais, pode conduzir «a um afrouxar dos imperiosos critérios de rigor na seleção», referindo, a propósito, que se sucedem «casos com militares das Forças Armadas, casos do foro criminal, em que fica a suspeita sobre alguns critérios de recrutamento, suspeita de que se vai baixando a fasquia que permite aceitar indivíduos com historial de vida e motivações, no mínimo, duvidosos».

No comunicado, recordam-se ainda as palavras do Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas que, refletindo sobre as Forças Armadas e a sociedade, considerou que «permanecem insuficiências infraestruturais e são prementes problemas de efectivos, de estatuto, de regime de saúde e de integração social», problemas que a AOFA afirma não se encontrarem resolvidos e que continuam a afectar os militares.

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