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Fundo abutre aprofunda ataque ao Novo Banco

Banco de Portugal entra em negociações «definitivas» com a Lone Star

O Banco de Portugal escolheu definitivamente a Lone Star para negociar a venda do Novo Banco «em condições de exclusividade». Últimas informações apontam para compra parcial da instituição bancária.

CréditosJosé Sena Goulão / Agência Lusa

Num breve nota divulgada esta manhã, o Banco de Portugal anunciou que, a partir de agora, as negociações com o fundo abutre Lone Star entram numa «fase definitiva, em condições de exclusividade».

De acordo com o Jornal de Negócios, esta nova fase vai incluir Bruxelas e o Governo, já que a Lone Star continua a insistir num negócio que exclua o risco de perigos potenciais. De acordo com informações reveladas recentemente, o fundo norte-americano pode estar disposto a abandonar a exigência de um garantia pública, caso seja encontrada outra solução com resultado idêntico.

Na última semana, foram noticiadas cartas enviadas a empresas portuguesas para entrarem no capital do Novo Banco privatizado, assim como a hipótese de o Fundo de Resolução (entidade pública que detém a totalidade do capital do banco) ou o próprio Estado manter uma parte do capital da instituição. A participação, directa ou indirecta, do Estado exige o visto prévio de Bruxelas, aponta a edição de hoje do Negócios.

Governo titubeante na gestão do dossiê

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, no início do mês, a ministra da Presidência revelou que a preferência do Governo passa pela venda, ainda que venha a ter impactos na dívida pública. «Se houver uma mudança da proposta que garanta que a venda não tem impactos negativos ou tem impactos menores do que teria a nacionalização, a nossa opção será pela venda», disse Maria Manuel Leitão Marques.

O PS votou ao lado do PSD e do CDS-PP para chumbar dois projectos de resolução, iniciativas do PCP e do BE, propondo o controlo público do Novo Banco.

Na discussão dos projectos, o deputado do PS João Galamba resumiu a posição do partido: «O PS quer deixar todas as opções em aberto. Não há nenhuma posição de princípio contra a nacionalização nem contra a venda.»

Vozes de diferentes quadrantes abertos à hipótese de nacionalização

Vários dirigentes e deputados do PS já se mostraram favoráveis à nacionalização da instituição bancária. Também nomes improváveis como os ex-ministros das Finanças, de governos do PSD e do CDS-PP, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, assim como o último presidente do BES e primeiro presidente do Novo Banco, Vítor Bento, manifestaram abertura à hipótese de nacionalização, face às propostas em cima da mesa.

O que se conhece dos valores e condições apresentados pela Lone Star, fundo recomendado pela equipa do ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro que o Banco de Portugal encarregou da venda do Novo Banco, parece motivar muitas destas vozes. O fundo norte-americano oferece 750 milhões de euros pela compra, com a promessa de uma recapitalização de valor idêntico. No entanto, pedia em troca uma garantia do Estado no valor de 2,5 mil milhões de euros, mais de metade dos dinheiros públicos injectados na instituição em 2014.

Face à oposição demonstrada por largos sectores à sua proposta, a Lone Star parece disposta a alterar as condições exigidas. No entanto, o fundo abutre não abdica de manter uma partilha de riscos que assegure o lucro do negócio.

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