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Grande parte dos prejuízos do Novo Banco devem ser pagos pelo Estado

Fundo abutre quer mais dinheiro público pelo banco que recebeu

Os novos donos do Novo Banco querem que pôr o Estado a pagar de novo pela privatização da instituição financeira. Lone Star faz saber que vai haver novos prejuízos privados pagos com dinheiros públicos.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, cumprimenta o director para a Europa da Lone Star, Donald Quintin, com o ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro à direita, durante a assinatura da entrega do Novo Banco ao fundo abutre. 18 de Outubro de 2017
CréditosTiago Petinga / Agência LUSA

O negócio, cozinhado pelo antigo secretário de Estado Sérgio Monteiro, de entrega do Novo Banco ao fundo abutre Lone Star continua a render, mas não para o Estado vendedor. A informação de que as contas do banco relativas a 2017, que ainda não são públicas, vão revelar prejuízos na ordem dos mil milhões de euros foi já posta a circular e publicada na edição de hoje do Expresso.

Apesar de a instituição já ser maioritariamente privada, o Estado deve ser chamado a pagar – mais uma vez – pela falência do BES, através do Fundo de Resolução, a quem deve mesmo caber a maior fatia. De acordo com o ECO, o valor deve rondar os 800 milhões de euros, que serão injectados pelo Estado no Fundo de Resolução – uma instituição pública financiada por contribuições dos bancos, mas que ainda não devolveu ao Estado os empréstimos que pagaram as falências do BES e do Banif.

O negócio que levou à entrega do Novo Banco à Lone Star, que implicou a contratação de Sérgio Monteiro (que, enquanto governante, privatizou quase uma dezena de empresas públicas) pelo Banco de Portugal, para acompanhar o processo, foi tão bom para o fundo abutre que este conseguiu garantir o que agora reclama: pôr dinheiros públicos a pagar prejuízos privados.

Os elevadíssimos prejuízos esperados para este ano não resultam de qualquer percalço na operação bancária em 2017, mas a uma realidade já conhecida há muito: as consequências da falência do BES. Em causa está a constituição de imparidades – reconhecimento de que há um enorme volume de créditos que o banco não espera recuperar.

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