O negócio, cozinhado pelo antigo secretário de Estado Sérgio Monteiro, de entrega do Novo Banco ao fundo abutre Lone Star continua a render, mas não para o Estado vendedor. A informação de que as contas do banco relativas a 2017, que ainda não são públicas, vão revelar prejuízos na ordem dos mil milhões de euros foi já posta a circular e publicada na edição de hoje do Expresso.
Apesar de a instituição já ser maioritariamente privada, o Estado deve ser chamado a pagar – mais uma vez – pela falência do BES, através do Fundo de Resolução, a quem deve mesmo caber a maior fatia. De acordo com o ECO, o valor deve rondar os 800 milhões de euros, que serão injectados pelo Estado no Fundo de Resolução – uma instituição pública financiada por contribuições dos bancos, mas que ainda não devolveu ao Estado os empréstimos que pagaram as falências do BES e do Banif.
O negócio que levou à entrega do Novo Banco à Lone Star, que implicou a contratação de Sérgio Monteiro (que, enquanto governante, privatizou quase uma dezena de empresas públicas) pelo Banco de Portugal, para acompanhar o processo, foi tão bom para o fundo abutre que este conseguiu garantir o que agora reclama: pôr dinheiros públicos a pagar prejuízos privados.
Os elevadíssimos prejuízos esperados para este ano não resultam de qualquer percalço na operação bancária em 2017, mas a uma realidade já conhecida há muito: as consequências da falência do BES. Em causa está a constituição de imparidades – reconhecimento de que há um enorme volume de créditos que o banco não espera recuperar.
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