O secretário-geral do PCP, discursando ontem à noite num comício da CDU (PCP-PEV) em Coimbra, disse que o seu partido conhece as «limitação da actual solução», mas não desvaloriza «o que tem sido alcançado».
«Valorizamos os avanços alcançados e a contribuição indispensável dada pelo PCP e a CDU para dar novos passos na defesa, reposição e conquista de direitos. Conhecemos as limitações da actual solução mas não desvalorizamos o que tem sido alcançado», afirmou Jerónimo de Sousa.
«Sabemos que isso incomoda alguns, deita por terra teses de outros», disse, referindo-se aos «que só conhecem o caminho dos cortes e do empobrecimento». «Daí que naquele jeito do tudo ou nada, do preto ou branco, se ponham a conjecturar sobre o futuro ou a retirar ilações precipitadas para o presente», acrescentou ainda Jerónimo de Sousa.
Lembrando que «a nova fase da vida política nacional corresponde a uma determinada conjuntura e a uma correlação de forças que abriu possibilidades de avanço a favor dos trabalhadores e do povo», o dirigente comunista destacou o «percurso para o qual a CDU contribuiu desde o primeiro momento com a sua iniciativa» e a determinação em «aprofundar e levar mais longe».
«O PCP não desperdiçará nenhuma oportunidade actual ou futura»
Jerónimo de Sousa, na sua intervenção, deitou por terra os cenários sobre a actual solução política que, nos últimos dias, foram sendo feitas no espaço mediático. Referindo-se aos que «andam por aí inquietos se a actual situação é ou não repetível», afirmou que «há até quem queira extrapolar a situação nacional para o quadro local, ignorando que situações diferentes têm respostas e soluções diferentes».
«Há até quem, extrapolando para lá do que foi afirmado, queira fixar respostas para hipotéticos e futuros cenários», acrescentou.
«Há os que transformam o que afirmei numa recusa absoluta de avaliação em concreto do que vier a ocorrer no futuro. O que afirmei, e aqui repito, foi que a solução concreta encontrada em 2015, na sua forma e expressão específica, baseada em posições conjuntas que responderam às exigências da situação, dificilmente seria repetível. Ora, como se sabe, nada é repetível face a situações novas», referiu o secretário-geral do PCP.
Jerónimo de Sousa deixou ainda a garantia de que «o PCP não desperdiçará nenhuma oportunidade actual ou futura de dar resposta aos problemas, aspirações e necessidades do povo e do País». Para os comunistas, importa «construir uma nova correlação de forças ainda mais favorável aos trabalhadores e ao povo, com mais força e influência do PCP e da CDU. Quanto mais forte formos, mais profunda e consistente será a resposta aos problemas do País».
«Não somos analistas, nem nos colocamos no papel de construtores de cenários políticos futuros. Não vivemos de exercícios de adivinhação face a um futuro que será sempre ditado pela vontade que o povo português venha a exprimir», disse ainda.
«A cada conjuntura, a cada situação concreta, a cada momento o PCP saberá, como sempre soube, encontrar resposta concreta, sempre movido pelo interesse dos trabalhadores e do povo, sempre norteado pela sua independência», concluiu o secretário-geral do PCP, acrescentando que a intervenção do seu partido será determinada «sempre em função das políticas concretas e do interesse nacional».
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