As isenções de comissões de conta para quem tem domiciliação de rendimentos (salários ou pensões) ou património superior a 5000 euros vão acabar a partir de 1 de Setembro na Caixa Geral de Depósitos (CGD). A equipa de Paulo Macedo (ex-ministro do PSD e do CDS-PP) quer reduzir drasticamente o número de contas que hoje não pagam comissões, mais de 700 mil.
O objectivo é cobrar mais 100 milhões de euros aos clientes do banco público e foi acordado com a Comissão Europeia, no âmbito do plano de reestruturação que Bruxelas exigiu para viabilizar a recapitalização pública da Caixa.
Face à imposição de comissões de 4,95 euros (mais imposto do selo), a CGD está a encaminhar os seus clientes para as novas contas S, M e L. Estas têm uma comissão mensal que pode ser inferior e já incluem alguns serviços, como a anuidade de cartões de débito ou de crédito. No entanto, para a generalidade dos que tinham isenção até agora, deverão representar um custo adicional.
As isenções vão manter-se para os reformados com mais de 65 anos e um rendimento mensal abaixo dos 825 euros (uma vez e meia o salário mínimo nacional), e para os jovens até aos 25 anos. As isenções mantêm-se também para quem tenha conta-ordenado e tenha utilizado um cartão de débito e um cartão de crédito por três vezes nos três meses anteriores (uma por cada mês), diz a edição de hoje do Público.
Em Janeiro, os clientes do banco público já tinham sido informados de aumentos nas comissões de vários serviços bancários, como a requisição de cheques. No entanto, esta alteração (que deve entrar em vigor a 1 de Setembro) deverá pesar bastante mais, particularmente sobre os trabalhadores que recebem o salário em contas da CGD.
Outra das alterações é a aplicação de uma taxa de um euro sobre cada actualização das cadernetas nos balcões, em vigor desde Maio. Estas vão deixar de poder ser usadas para efectuar pagamentos a partir do próximo ano, podendo apenas ser utilizadas para depósitos, levantamentos ou consulta de movimentos nos balcões. A intenção é acabar de vez com as cadernetas, já que estas não cumprem as normas europeias por não estarem dotadas de chip.
A cobrança de comissões e taxas cada vez mais elevadas tornou-se prática corrente na banca privada, procurando cobrir perdas através de custos crescentes em manter uma conta bancária. Agora é a vez do banco público, cujos serviços deveriam estar ao serviço das necessidades do País, da economia nacional e dos portugueses, a seguir pelo mesmo caminho.
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