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Centeno rejeita mexer no défice para investir no SNS

O ministro das Finanças esteve na Assembleia da República, onde desvalorizou as carências que persistem na Saúde, face à nova redução do défice para este ano.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, à chegada para a sua audição na Assembleia da República, em Lisboa. 11 de Abril de 2018
CréditosManuel de Almeida / Agência LUSA

Mário Centeno foi chamado esta manhã a uma reunião conjunta das comissões parlamentares do Orçamento e da Saúde para explicar os atrasos nos pagamentos de dívidas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No entanto, a discussão centrou-se mais no subfinanciamento no sector, até face à divulgação pública das condições do serviço de pediatria do Hospital de São João, no Porto. O presidente da unidade hospitalar classificou-as como «indignas» e «miseráveis», e explicou que as obras previstas ainda não avançaram por falta de verbas.

A deputada Carla Cruz (PCP) referiu-se à intenção do Governo de rever o défice de 1,1% para 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) – o que representa menos 800 milhões de euros do que estava inicialmente previsto –, questionando o ministro das Finanças sobre o destino desta verba.

Manifestando-se crítica relativamente a esta «redução acelerada do défice», a deputada defendeu que a verba dos 800 milhões de euros seja aplicada «na resolução dos problemas das pessoas, dos utentes do SNS».

Também o deputado Moisés Ferreira (BE) foi no mesmo sentido: «Vai insistir nesta prática de ir para além da meta do défice? Ou vai pegar nos 800 milhões de euros que estão disponíveis e investir no SNS?»

Na resposta, Centeno não mostrou abertura para mexer uma décima nas suas previsões. «Quando o défice em Portugal era de 11%, a saúde estava bem? Quando foi de 5%, a Saúde estava bem?», perguntou. O ministro defendeu que, como «o orçamento não é infinito», «as escolhas têm de ser feitas».


Com Agência Lusa

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