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Covid-19 só explica 27,5% do acréscimo de mortalidade

As mortes por Covid-19 em Portugal, entre 2 de Março e 18 de Outubro, representam apenas 27,5% do acréscimo da mortalidade registado relativamente à média dos últimos cinco anos, revelou hoje o INE.

CréditosTiago Petinga / Lusa

De acordo com os dados divulgados, no período desde a chegada da Covid-19 ao País morreram 72 519 pessoas, mais 7396 mortes do que a média do período homólogo dos cinco anos anteriores, sendo a Covid-19 responsável por 2198 óbitos, ou seja, 27,5% do total do aumento da mortalidade.

«O acréscimo da mortalidade, verificado a partir de Março, relativamente à média dos últimos cinco anos é explicado apenas em parte pelos óbitos por Covid-19», pode ler-se na informação do Instituto Nacional de Estatística (INE), que destaca ainda que só nas últimas quatro semanas (21 de Setembro a 18 de Outubro) houve mais 612 óbitos face à média entre 2015 e 2019, dos quais 278 (45,4%) devido ao novo coronavírus.

O INE aponta também para mais de dois terços do acréscimo de mortalidade ter ocorrido fora dos hospitais. «Do total de óbitos registados entre 2 de Março e 18 de Outubro de 2020, 43 280 ocorreram em estabelecimento hospitalar e 29 239 fora do contexto hospitalar, a que correspondem aumentos de 2483 óbitos e 5453 óbitos (68,7%), respectivamente, relativamente à média de óbitos em 2015-2019 em período idêntico», refere a nota divulgada.


Analisando os números do ponto de vista etário, mais de 70% das mortes (51 641) foram de pessoas com idade igual ou superior a 75 anos, com 6 824 óbitos a mais nesta faixa etária em relação à média de óbitos observada no período homólogo de 2015-2019. Entre estas mortes, 5 377 foram de indivíduos com pelo menos 85 anos.

Já em termos de género, as 72 519 mortes distribuem-se por 36 069 mulheres e 35 482 homens, ou seja, mais 4608 e 3328, respectivamente, do que a média de óbitos no mesmo período dos últimos cinco anos.

As regiões do Norte, do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo foram, segundo o INE, as que mais contribuíram para a subida da mortalidade entre 2 de Março e 18 de Outubro. O Norte registou o maior aumento de óbitos, tendo em conta a média dos anteriores cinco anos, com mais 3280 mortes, seguido de Lisboa e Vale do Tejo (2177) e do Centro (1434). Os números ficam completos com 696 óbitos no Alentejo, 299 no Algarve, 90 nos Açores e 83 na Madeira.

Com agência Lusa

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