«Durante o último ano lectivo, os estudantes viram Reuniões Gerais de Alunos (RGA), eleições para as AE, campanhas eleitorais, tudo o que reflecte a democracia vivida em Portugal dentro do espaço escolar a ser cortado, bloqueado, proibido e privado aos estudantes», afirma o comunicado do Movimento Voz aos Estudantes.
Foi esta motivação que levou a AE da Escola Secundária Maria Lamas, em Torres Novas, a lançar um manifesto, nacional, que outras Associações de Estudantes pudessem subscrever.
A propósito do Dia Nacional dos Estudantes, diversas associações de estudantes lançam o mote «é hora de avançar, a propina tem que acabar!» para acções reivindicativas no dia 28 de Abril. Para assinalar o «marco histórico da resiliência e resistência dos estudantes e do movimento associativo estudantil em defesa de um Ensino justo e democrático», que o dia 24 de Março constitui, a associação de estudantes (AE) da Escola Superior de Artes e Design (ESAD), nas Caldas da Rainha, anunciou uma convergência inter-associativa para uma acção de luta no próximo dia 28 de Abril. O objectivo é alertar para a realidade da vida dos estudantes do Ensino Superior que, um ano depois do «início do surto epidémico da Covid-19» e a par da situação social e económica do País, está repleta de «fragilidades e debilidades». Uma situação que foi agravada pelos «problemas estruturais» deste grau de ensino e pelos seus entraves e barreiras, como as propinas e as debilidades da Acção Social Escolar (ASE). Perante este contexto, as AE da ESAD (Caldas da Rainha), da Escola Superior Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM/Leiria), da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG/Leiria), da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (Lisboa), da Escola Superior de Tecnologia (ESTA/Abrantes) e a Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL) assumiram uma «tomada de posição conjunta onde se alerta para as dificuldades que os estudantes hoje atravessam» e para as respostas de que necessitam «para combater o abandono escolar e as desigualdades neste grau de ensino». As organizações criticam ainda a ausência de resposta do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a «vários pedidos de reunião» e apelam à unidade do movimento associativo estudantil e aos estudantes para que saiam à rua «em defesa do Ensino Superior», realizando, dia 28 de Abril, acções de protesto por todo o País. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Nacional|
Associações exortam estudantes do Superior à luta
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Reclamando a acção conjunta dos estudantes e das suas associações representativas no exigir de uma papel activo e relevante no seu espaço escolar, mais de 200 alunos subscreveram este apelo na Assembleia Geral de Alunos (AGE) na Maria Lamas e pelo menos dez AE, de todo o país, já se associaram à Voz dos Estudantes.
Ao AbrilAbril, Sérgio Rodrigues, Presidente da AE da Escola Secundária Maria Lama, referiu os casos, «entre muitos», da Escola Secundária de Salvaterra de Magos, em que a direcção escolar impediu, recentemente, a realização de uma AGE, ou da Escola Secundária da Chamusca, em que os estudantes não poderam eleger a sua AE.
Considerando ás várias tentativas de limitar a participação e organização democrática dos estudantes do ensino secundário, «o Movimento Voz aos Estudantes surge para conquistar essa voz. É preciso associações de estudantes que defendam os estudantes, é preciso que os estudantes possam dar o seu contributo na gestão da Escola».
Não só é indispensável o cumprimento do «direito à constituição de associações de estudantes», como só através da «representação dos estudantes nos conselhos pedagógicos», se pode efectivar uma nova gestão democrática das escolas, «com uma direcção colegial e sem a figura do director», refere ainda o comunicado.
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