Em comunicado, as direcções das associações profissionais de militares (APM) criticam o primeiro-ministro, a propósito da afirmação que fez no passado dia 20 a bordo de um navio de guerra e segundo a qual «os portugueses têm consciência acrescida sobre o papel fundamental das Forças Armadas».
A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), a Associação Nacional de Sargentos (ANS) e a Associação de Praças (AP) sublinham o facto de António Costa não partilhar «deste acréscimo de consciência em relação ao papel fundamental das Forças Armadas Portuguesas», nomeadamente quando manteve a suborçamentação na «Defesa Nacional em matéria de manutenção dos equipamentos e das infra-estruturas das Forças Armadas» ou «uma deficiente política de atracção e de retenção de pessoal nas Forças Armadas, existindo casos em que candidatos, recrutas e mesmo cadetes têm de suportar custos de formação».
Mas também não partilhou desse acréscimo de consciência, segundo as APM, «quando manteve na sua governação uma política salarial de indigência dos militares, sem qualquer aumento digno desse nome há mais de dez anos», quando assumiu «uma política de atraso premeditado e permanente nas promoções, lesando de forma grave e reiterada» os militares não promovidos e quando manteve o seu Governo fechado ao diálogo com as APM, que se consideram «parceiros sociais habilitados a representar os militares das Forças Armadas».
Por fim, num comunicado com duras críticas ao Governo, as associações chamam a atenção para o facto de os militares não governarem «a sua vida com aumentos de consciência e agradecimentos de primeiros-ministros, governantes e chefes militares bons na propaganda, eficientes na gestão das suas imagens pessoais e proficientes e eficazes nos jogos de poder, nas facadas nas costas e no aparecimento nas revistas cor-de-rosa e programas televisivos do jet set».
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