Foi no Fórum Económico Mundial, também conhecido como Fórum de Davos que a presidente do Banco Central Europeu abordou a possibilidade da instituição que dirige reduzir as taxas de juros. Insensível às graves condições de vida com que milhões de trabalhadores estão confrontados, Christine Lagarde, optou por protelar, como se a situação não fosse dramática.
Segundo Lagarde, a inflação já atingiu o seu «pico», no entanto política a restritiva de empobrecimento terá que se manter «enquanto for necessário para chegar àquele ponto em que todos podemos estar seguros de que [a inflação] estará nos 2% no médio prazo».
Recorde-se que momentos de inflação não seriam necessariamente maus se fossem aproveitados para um aumento de salários, no entanto, a política de juros do BCE foi no sentido de garantir que o ritmo de transferência de rendimentos do trabalho para o capital era acelerado.
Em Portugal, o aumento de taxas de juros materializou-se, em grande parte, em subidas das prestações dos créditos à habitação. Face às declarações de Christine Lagarde, o movimento Porta a Porta reafirmou que «os juros precisam de descer agora!».
Para o movimento que exige o direito à Habitação, «assim não pode ser!», uma vez que «são estes juros altos que colocam as famílias em situações limite, de desespero e aumentam os despejos, ao mesmo tempo que, os mesmos juros altos, garantem brutais lucros, históricos até, à banca e aos fundos imobiliários». O Porta a Porta relembra, assim, que «nos 9 primeiros meses do ano de 2023, os bancos nacionais, com estes juros, tiveram 12 milhões de euros de lucros líquidos por dia».
Uma vez que há reunião do BCE agendada para 25 de Janeiro, o Porta Porta defende que nessa reunião tem que ser decidida a descida das taxas de juro e, para tal, Presidente da República, Primeiro-Ministro, ministro das Finanças e Governador do Banco de Portugal têm que ter um papel activo em todo este processo e exigir que tal aconteça.
Até que tal aconteça, todas as ocasiões são boas para lutar e para dia 27 de Janeiro estão marcadas manifestações para todo o país. Deste rol de lutas que se irão realizar destacam-se as marcadas para Lisboa, Porto e Braga, agendadas para as 15 horas.
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