Num comunicado enviado às redacções, a Plataforma Cívica “Aeroporto Fora, Lisboa Melhora” deixou bem vincadas as críticas à ANA, empresa que detém a concessão do Aeroporto Humberto Delgado.
A ANA entregou ao Governo o relatório para a construção do novo aeroporto e, segundo a plataforma, este ignora o relatório da Comissão Técnica Independente. No documento, a ANA propõe um período de cerca do dobro do prazo estabelecido para a obra, escudando-se na grande complexidade da mesma.
A argumentação, para a Plataforma, reveste-se de uma mentira, já que a ANA diz que não há projetos recentes desta dimensão na Europa, o que é falso, na medida em que «na Europa, já foram construídos aeroportos de raiz com duas pistas e, no caso de Istambul, um aeroporto inteiro com três pistas foi concluído em apenas quatro anos».
Além do prolongamento do prazo, a ANA propõe aumentar os custos da obra, que já são considerados «exorbitantes», e sugere um financiamento adicional através do aumento das taxas aeroportuárias em todo o país, incluindo nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, onde o tráfego aéreo é vital. A proposta inclui ainda a criação de uma taxa adicional para compensar o encerramento do Aeroporto Humberto Delgado.
A Plataforma entende que «todo este protelar da construção do novo aeroporto contrasta com as obras de expansão do actual aeroporto», uma vez que «para essas obras a ANA já tem pressa» e nem pretende fazer o estudo de impacto ambiental que essas obras exigem, o que, segundo o Ministério Público, é obrigatório. Vários são os elementos que levam o movimento cívico a desconfiar das reais intenções da concessionária, dada a falta de vontade verificada para avançar com a obra do novo aeroporto.
Uma outra nota de registo, para a Plataforma, é o facto do relatório nada dizer relativamente ao impactos sobre a saúde que acarreta a manutenção e ampliação do Aeroporto Humberto Delgado. «Enquanto a palavra “financiamento” aparece mais de cem vezes, a palavra “saúde” não aparece uma única vez», pode ler-se no comunicado.
«A proposta da ANA não serve a população afectada pelo Aeroporto Humberto Delgado. As obras de expansão do actual aeroporto não devem avançar porque causam graves prejuízos à saúde das pessoas, quer pelos níveis de ruído que vão decorrer da expansão, quer do aumento da poluição atmosférica», considera a Plataforma Cívica.
O comunicado termina, a reiterar que a localização do novo aeroporto já foi decidida, que há condições para a obra estar concluída no prazo de sete anos e que é necessário trabalhar desde já para que seja possível ter uma solução aeroportuária, que há muito a população da Grande Lisboa reclama.
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