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Solidariedade com a Palestina em Lisboa, Porto e São João da Madeira

A Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina promove a realização de um cordão humano em Lisboa, este sábado, dia em que tem lugar uma sessão pública solidária em São João da Madeira.

Manifestação solidária com o povo palestiniano e em defesa de um cessar-fogo imediato, em Lisboa, a 8 de Dezembro de 2023 
Créditos / CPPC

A iniciativa promovida pela Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina (PUSP) tem lugar esta tarde, às 14h30, em Lisboa. Trata-se de um cordão humano «em defesa dos direitos humanos, com um percurso de solidariedade e esperança, desde o Hospital de Santa Maria, passando pela Embaixada dos Estados Unidos e pela Embaixada de Israel, até à Maternidade Alfredo da Costa», afirma-se no texto associado ao evento.

Com a acção solidária, a PUSP reafirma a exigência de um cessar-fogo imediato e permanente, o fim ao cerco e a entrada de ajuda humanitária sem restrições na Faixa de Gaza; bem como o fim da agressão nas cidades, aldeias e campos de refugiados em toda a Palestina.

«Façamos com que, em Portugal e no Mundo, se ouça com força o nosso grito solidário por justiça e paz», afirmam.

Sessão pública em São João da Madeira

Igualmente hoje, pelas 15h30, tem lugar no Auditório José Afonso (Sindicato do Calçado), em São João da Madeira, uma sessão pública, dinamizada pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e devotada à «Paz no Médio Oriente e Palestina independente».

O encontro desta tarde conta com a participação do historiador Manuel Loff e de João Rouxinol (da direcção nacional do CPPC).

Cordão humano no Porto

Também em solidariedade com o povo palestiniano e dedicado à «Paz no Médio Oriente e Palestina independente» é o cordão humano agendado para a próxima terça-feira, às 18h, entre o largo da estação de metro da Trindade e a Avenida dos Aliados, informa o CPPC na sua página de Facebook.

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Cessar-fogo em Gaza aprovado por ampla maioria na Assembleia Geral da ONU

Numa sessão extraordinária de emergência, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, esta terça-feira, uma resolução que exige um cessar-fogo em Gaza, com 153 votos a favor, dez contra e 23 abstenções.

Bombardeamento israelita em Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, a 12 de Dezembro de 2023 
Créditos / PressTV

O texto da resolução expressa «a grave preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestiniana», destacando a necessidade de a proteger.

Exige, além disso, um cessar-fogo humanitário imediato e defende que «todas as partes cumpram as suas obrigações em virtude do direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário, no respeito particular pela protecção dos civis».

Outros aspecto constante do documento votado relaciona-se com «a libertação imediata e incondicional de todos os reféns» e a garantia do «acesso humanitário».

Quadro com a votação realizada esta terça-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas / @NoticiasONU 

Com 153 votos a favor, dez contra e 23 abstenções, a resolução foi aprovada numa sessão extraordinária de emergência, tendo sido proposta por Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Catar, Comores, Djibuti, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Iémen, Iraque, Jordânia, Koweit, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Somália, Sudão, Tunísia e o Estado da Palestina, refere a TeleSur.

Opuseram-se ao documento Israel, EUA, Áustria, República Checa, Guatemala, Paraguai, Libéria, Micronésia, Nauru e Papua-Nova Guiné.

Portugal incluiu-se na ampla maioria favorável ao texto, que, não possuindo carácter vinculativo, demonstra a rejeição pelo massacre em curso cometido por Israel na Palestina e o apoio esmagador dos estados-membros da ONU à exigência de um cessar-fogo.

«A adopção e implementação da resolução que pede especificamente um cessar-fogo é a única garantia para salvar civis inocentes», disse o embaixador egípcio nas Nações Unidas, Osama Mahmoud Abdelkhalek, ao apresentar a resolução.

Imagem da 45.ª reunião plenária da 10.ª Sessão Especial de Emergência da Assembleia Geral sobre «Acções ilegais de Israel em Jerusalém Oriental ocupada e no restante do Território Palestiniano Ocupado» // Loey Felipe / news.un.org

Por seu lado, o presidente da Assembleia, Dennis Francis, sublinhou a urgência de pôr fim ao sofrimento dos civis. «Temos uma prioridade singular – só uma – para salvar vidas», afirmou, ao apelar ao fim da violência no enclave, depois de mais de dois meses de bombardeamentos incessantes por parte das forças de ocupação.

O texto aprovado esta terça-feira é «muito semelhante» ao que os Estados Unidos vetaram, na sexta-feira passada no Conselho de Segurança da ONU, pese embora os esforços do secretário-geral, António Guterres, que tinha invocado o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas para pedir um cessar-fogo num território onde os ataques israelitas provocaram mais de 18 mil mortos e cerca de 52 mil feridos.

Pela primeira vez desde que assumiu o cargo, o secretário-geral da ONU utilizou esse recurso, que lhe permite chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer questão que, em seu entender, pode ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais.

A ofensiva israelita continua

As forças de ocupação continuaram a bombardear vários pontos no enclave costeiro palestiniano, com particular incidência na região Sul, que, segundo alertas de agências da ONU, se tem vindo a tornar num enorme campo de refugiados, com uma situação humanitária classificada como «catastrófica».

 Os bombardemantos mais recentes atingiram Khan Younis, Deir al-Balah e Rafah, de acordo com a agência Wafa, que dá conta igualmente de uma grande ofensiva militar israelita contra Jenin e o seu campo de refugiados, no Norte da Cisjordânia ocupada.

A operação das forças sionistas em Jenin, que começou ontem e continua hoje, provocou pelo menos sete mortos. Ontem ao fim do dia, a Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos informou que tinham sido detidos mais de cem palestinianos.

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A iniciativa, que volta a assinalar nas ruas do Porto a urgência do fim dos massacres e de um cessar-fogo imediato, bem como da ajuda humanitária à população palestiniana na Faixa de Gaza, é, como outras que tiveram lugar recentemente, promovida de forma conjunta pelo CPPC, o MPPM, a CGTP-IN e o Projecto Ruído.

Estas mesmas organizações já anunciaram, também, uma manifestação em Lisboa, no dia 14 de Janeiro.

«É urgente uma solução política para a questão palestiniana e para a paz no Médio Oriente, que passa necessariamente pelo fim da ocupação, dos colonatos, da opressão israelita, e pela garantia dos direitos nacionais do povo palestiniano, como determina o direito internacional, incluindo em inúmeras resoluções da ONU», afirma o CPPC a propósito da aprovação de uma resolução favorável a um cessar-fogo, na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Números do massacre em crescendo

Mais de 19 mil palestinianos foram mortos no decorrer da agressão israelita, desde 7 de Outubro, contra a Faixa de Gaza e também contra a Cisjordânia ocupada.

Ontem ao fim do dia, o Ministério palestiniano da Saúde apontou, de forma arredondada, para 18 700 mortos na Faixa de Gaza e 287 na Margem Ocidental ocupada. Entrentanto, os bombardeamentos e ataques israelitas desta madrugada em vários pontos do enclave costeiro provocaram dezenas de mortos, indica a agência Wafa.

O Ministério revelou ainda que o número de feridos ronda os 55 mil, 3430 dos quais na Cisjordânia ocupada. Os desaparecidos debaixo dos escombros dos edifícios arrasados não têm conta certa. A agência Wafa já se referiu por diversas vezes a «vários milhares».

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