Em comunicado, a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN) reafirma que o «Governo PS insiste na não actualização salarial, passando uma falsa e perigosa ideia de que os trabalhadores da Administração Pública estão a ser privilegiados face aos privados».
Apesar de considerar justo o aumento destes baixos salários, a estrutura realça que, «com esta medida, de uma assentada, o Governo ignora a avaliação e viola o direito à progressão dos trabalhadores» enquanto passa a ideia de que está, de boa vontade, a aumentar os salários que estão congelados há mais de dez anos.
Esta manhã, a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, acusou ainda o Governo de querer «poupar à custa da carreira dos trabalhadores» e de estar a querer roubar o tempo de serviço com a eliminação dos dez pontos, acabando um trabalhador com mais de 20 anos de carreira a receber o mesmo que alguém que acabe de entrar para a Administração Pública.
Ana Avoila defendeu ainda ser «um logro» do Governo anunciar um gasto de 50 milhões de euros com o aumento da remuneração base, uma vez que este aumento é obrigatório face à subida do salário mínimo nacional. O Governo justificou deixar 600 mil funcionários sem aumentos salariais a pretexto de um combate aos baixos salários no Estado.
«Eles [os membros do Governo] sabiam que tinham de gastar aquele dinheiro [os 50 milhões de euros]», afirmou, acusando o executivo de «andar a fazer uma campanha com os 50 milhões quando sabiam que os tinham de gastar».
Greve nacional mantém-se para a próxima semana
A 15 de Fevereiro, os funcionários da Administração Pública cumprem uma greve nacional. O protesto coincide com uma paralisação da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e da Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN), ambas convocadas «em defesa da dignidade dos trabalhadores e pela valorização das carreiras e dos serviços públicos».
Da sua parte, a Frente Comum exige que hajam aumentos salariais para todos os trabalhadores, num mínimo de 60 euros para os salários mais baixos e de 4% para os restantes, visto que os salários estão congelados desde 2009 e os trabalhadores perderam desde então mais de 18% do valor.
Além disso, a estrutura sindical defende ainda que o salário mínimo seja fixado nos 650 euros, com uma revisão total da Tabela Remuneratória Única, e que seja garantida a todos os trabalhadores com aumento salariais a contagem do tempo de serviço e o direito à progressão.
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