A paralisação nacional de amanhã foi convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN), a que se juntaram mais tarde os sindicatos da UGT. Em causa está a decisão unilateral do Governo de promulgar o diploma que fixa o salário mínimo no Estado em 635 euros, à revelia das posições sindicais.
Tendo em conta que os sindicatos da UGT optaram por arrancar um dia antes com a greve, a pretexto da mobilização para uma concentração de protesto em Lisboa, verificam-se de momento impactos reduzidos.
Na prática, a paralisação inicia-se esta noite, visto que os trabalhadores da recolha do lixo começam os turnos a partir das 22h em grande parte do País, bem como o pessoal que começa a trabalhar às 23h nos hospitais. Pela manhã, os impactos da greve serão maiores, estando previsto o fecho de grande parte dos serviços.
No dia 15 de Fevereiro, a greve reúne ainda o apoio de vários outros profissionais, como médicos, bombeiros, professores e investigadores. As suas estruturas emitiram também pré-avisos de greve para exigir uma reversão das políticas do Governo de degradação dos serviços públicos e desvalorização dos seus profissionais.
As reivindicações são semelhantes, com os sindicatos a defenderem que o direito à progressão dos trabalhadores seja respeitado, bem como aumentos para todos e a revisão da Tabela Remuneratória Única, que está desactualizada. No que toca a valores concretos, a Frente Comum exige 60 euros de aumento para os salários mais baixos e 4% para os restantes, enquanto as estruturas da UGT defendem 3,5%.
Aumentos do Governo têm «cariz demagógico»
Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum, insiste que a medida do Governo tem um cariz «profundamente demagógico», pois não decorre da sua boa vontade mas da aplicação obrigatória do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.
A Frente Comum tem denunciado que o Governo, a pretexto do aumento dos baixos salários, está a promover de facto «uma poupança» ao insistir em excluir mais de 600 mil trabalhadores, sem aumentos desde 2009. Além disso, o Executivo do PS quer que aqueles que passem para os 635 euros percam os pontos de avaliação, violando assim o direito à progressão destes trabalhadores para os 683 euros.
«Esta medida é uma operação de cosmética demagógica, que não só prejudica, uma vez mais, os trabalhadores no seu direito à progressão, como insiste na não actualização salarial e passa uma falsa e perigosa ideia de que os trabalhadores da Administração Pública estão a ser privilegiados face aos privados», reiterou.
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