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Habitantes sírios dos Montes Golã em greve contra a ocupação israelita

A população síria nos Montes Golã ocupados iniciou uma greve geral para denunciar os novos «planos expansionistas» do ocupante israelita, tendo anunciado uma concentração na localidade de Majdal Shams.

Árabes drusos nos Montes Golã ocupados
Créditos / Middle East Eye

Numa declaração a propósito da greve, os promotores afirmam que repudiam os novos planos colonialistas e expansionistas, a construção de um colonato com o nome do presidente dos EUA, Donald Trump, bem como a instalação de geradores eólicos nas suas terras agrícolas.

A greve, que hoje teve início, abrange todas as instalações públicas, o comércio e os estabelecimentos de ensino, refere a agência SANA. Estão ainda previstas uma concentração na localidade ocupada de Majdal Shams e uma marcha até às terras onde os ocupantes sionistas pretendem instalar geradores eólicos, para repudiar «todos os novos planos colonialistas na suas terras».

Os habitantes sírios dos Montes Golã ocupados por Israel acusam os ocupantes de porem em risco o ambiente e a sua saúde, sobretudo a daqueles cujas casas ficam junto aos geradores, bem como de se aproveitarem da instalação dessas estruturas «para roubar aos sírios mais de 6 mil metros quadrados das suas terras agrícolas» e os obrigarem a saírem das suas aldeias – Majdal Shams, Mas’ada, Buq’atha e Ein Qanya.

Os Montes Golã são considerados «território ocupado» pela Organização das Nações Unidas, que, em resoluções sucessivas, têm reafirmado o carácter ilegal da ocupação israelita. Apesar disso, a actual administração norte-americana reconheceu a soberania de Israel sobre os Montes Golã.


Pese embora as resoluções internacionais, Israel, que ocupa mais de dois terços dos 1800 quilómetros quadrados dos Montes Golã, tem procurado por todos os meios alterar a demografia e a geografia do território sírio, forçando as populações que teimam em manter a sua indentidade árabe síria a deslocarem-se das suas localidades de origem, confiscando as suas terras, destruindo aldeias e quintas árabes.

«Os recursos naturais e agrícolas dos Montes Golã sírios têm sido sistematicamente saqueados pelos ocupantes israelitas», afirma a agência SANA, que denuncia as «centenas de práticas arbitrárias e agressivas contra a população, a terra e a história».

De acordo com a Prensa Latina, deste território ocupado Israel retira cerca de 15% da água potável que consome e um terço da sua produção de vinho, através das empresas Golán Height Winery e Mey Eden. Continua a promover, de forma ilegal, a fixação de colonos judeus, que se estima em cerca de 20 mil.

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