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Utentes reclamam gestão pública nos 500 anos dos CTT

No dia em que se assinalam os 500 anos dos CTT, as comissões de utentes do Médio Tejo reclamam um serviço postal universal e de qualidade, com gestão pública.

Os comunistas apelam ao Governo que assuma as suas responsabilidades e trave o caminho de degradação do serviço postal
Créditos / União dos Sindicatos de Évora (CGTP-IN)

«Nos últimos anos, mas principalmente depois da sua privatização, o serviço [dos CTT] degradou-se muito com prejuízo para as populações, os trabalhadores e o erário público», denunciam em comunicado as Comissões de Utentes dos Serviços Públicos da Região do Médio Tejo.

A regra, criticam, «passou a ser realizar dinheiro», com «menos e piores serviços», a que se juntou o encerramento de estações, despedimentos e venda de património dos Correios para aumentar os dividendos a entregar aos accionistas. Estratégia que a empresa tem tentado camuflar do ponto de vista da comunicação.

«O serviço público passou a ser uma questão secundária, não sendo cumpridas a quase totalidade das condições impostas na concessão do serviço público postal», insistem.

Atendendo a que a renovação da concessão acontece já em Dezembro, com a actual administração dos CTT a exigir ao Estado «menos condições de serviço ou então mais dinheiro», os utentes insistem que a solução é renacionalizar esta empresa estratégica.   

Ciclicamente, não obstante os prejuízos para o País e para as populações, e os alertas do regulador, o PS e os partidos à sua direita têm vindo a chumbar na Assembleia da República o regresso da empresa à esfera pública. 

Recorde-se que a privatização dos CTT foi concluída em 2014 pelo governo do PSD e do CDS-PP. Até então, os Correios eram uma das empresas públicas mais lucrativas, tendo apresentado, em média, lucros superiores a 50 milhões de euros nos sete anos anteriores à privatização.

No mesmo período, a preparação da privatização impôs a saída de quase três mil trabalhadores, o encerramento de mais de 300 estações e 85 centros de distribuição postal, e o fim de mais de 1500 giros, estratégia que se aprofundou com a nova administração.

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