A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) alertou esta quarta-feira que, tal como em Março do ano passado, o novo confinamento obrigatório encerra «uma das principais» fontes de escoamento da agricultura familiar.
«Esta situação é já visível, por exemplo, nos produtores de carne, mas é extensível a outras produções, como as hortícolas», lê-se num comunicado. A confederação frisa, no entanto, que o problema é agora «mais grave», já que a situação financeira de muitos agricultores é «muito mais débil». Apesar de, critica, a ministra da Agricultura continuar a insistir na «velha propaganda dos milhões».
A CNA defende a necessidade de «respostas rápidas» por parte do Governo, sublinhando que o Executivo «não pode ignorar» os problemas que o controlo da pandemia acarreta para a agricultura nacional.
Neste sentido, propõe que o Ministério da Agricultura crie um programa de apoio aos agricultores, com um conjunto de medidas já identificadas pelos agricultores. Reaplicar todas as medidas de simplificação de regras em vigor durante o ano de 202o e a antecipação do pagamento de todas as ajudas directas, medidas agro-ambientais e medidas de apoio às zonas desfavorecidas são algumas das propostas reclamadas pela confederação.
A par destas, a organização reivindica a criação de uma medida de apoio pela perda de rendimento dos pequenos e médios agricultores, e a execução de um programa de compra de produtos locais para o abastecimento de cantinas públicas. Defende ainda a criação de medidas de retirada de produtos, para os sectores mais prejudicados, e a reposição da chamada electricidade verde para o valor a incidir sobre a totalidade da factura (termo fixo e consumo).
A CNA regista que o diagnóstico de medidas enunciadas resulta de reuniões com as suas associadas regionais e lembra que o estatuto da agricultura familiar, pelo qual vem lutando, continua por concretizar. Se este mecanismo já estivesse a ser aplicado, defende, «poderia fazer toda a diferença no apoio aos pequenos e médios agricultores».
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