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CNA exige diversificação de mercados e apoios aos agricultores para contornar tarifas

A propósito do aumento das tarifas norte-americanas sobre as importações provenientes da União Europeia a CNA exige um conjunto de medidas por parte do Governo, tanto do ponto de vista comercial como a nível de apoios. 

CréditosHugo Delgado / Lusa

As tarifas norte-americanas terão forte impacto sobre as exportações nacionais de produtos agro-florestais, como o vinho, o azeite, a cortiça, entre outros, terá consequências no escoamento da produção e para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) os principais afectados será a Agricultura Familiar, os agricultores e os consumidores. 

De acordo com a estrutura representativa dos agricultores, as tarifas em causa são reflexo do «paradigma do comércio internacional liberalizado que coloca agricultores e consumidores sujeitos aos interesses das grandes corporações e à volatilidade dos mercados e das políticas económicas».

A CNA contraria os efeitos nefastos que se avizinham, é necessário implementar apoios para os sectores mais afectados, prevenir retiradas de mercado de modo a contrariar a baixa de preços, encontrar novos mercados de exportação ou alterar o paradigma da liberalização do comércio e da política do «produzir para exportar».

Numa avaliação estrutural à realidade agrícola e produtiva do país, a Confederação afirma que os sucessivos governos não só não têm protegido os agricultores «dos nefastos efeitos da volatilidade dos mercados, como também conduziu a uma escandalosa dependência de Portugal do exterior nos produtos agroalimentares, com um défice incomportável».

A solução, segundo os mesmos, passa também por reorientar a política agrícola para o mercado interno num quadro de Soberania Alimentar, assim como a promoção e revisão das orientações da Política Agrícola Comum, construída de acordo com a directrizes da Organização Mundial do Comércio que pressupunha a limitação da necessidade de ligar as ajudas à produção e de regulação do mercado e da produção.

«A adopção de medidas por parte do Governo português para mitigar os impactos das novas tarifas e a necessária alteração da política agrícola nacional, com a sua reorientação para o mercado interno, não pode estar dependente das decisões de Bruxelas», reitera mais uma vez a CNA, insistindo na visão de que Portugal deve ser livre para decidir sobre os seus destinos.

Ainda ontem a CNA teve uma reunião com o ministro da Agricultura, a pretexto das tarifas anunciadas pela Administração Trump, e transmitiu à tutela esta sua visão, na esperança que o Governo assuma as suas responsabilidades. 

«Portugal precisa de mais pequenos e médios agricultores, mais Agricultura Familiar e mais produção nacional, pela Soberania Alimentar do país», vincou a Confederação. 

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