|América Latina

A ALBA cria estratégias para fazer frente a campanhas de desinformação

Os países da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) decidiram avançar com estratégias de renovação mediática e reforço da voz do bloco.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, cumprimenta o diplomata boliviano David Choquehuanca, no âmbito da reunião da ALBA-TCP que ontem decorreu em Caracas. 8 de Agosto de 2017
Os países da ALBA-TCP destacaram a necessidade de fazer frente às distorções propaladas pelos media dominantes contra os países em desenvolvimento / Na imagem , de arquivo, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, cumprimenta o diplomata boliviano David Choquehuanca, no âmbito da reunião do bloco, em Agosto de 2017 Créditos / Alba Ciudad

Os participantes na reunião das altas autoridades da Área da Comunicação e Informação do organismo destacaram a necessidade de renovar a política comunicacional com vista ao fortalecimento da presença e da voz do bloco regional.

Ministros, jornalistas e comunicadores, informa a Prensa Latina, aprovaram uma acta final que tem como uma das suas decisões reforçar a transmissão do sinal do canal internacional TeleSur em todos os estados-membros do mecanismo integracionista.

No encontro virtual, que ontem teve lugar, os participantes condenaram o recurso à censura de informações oficiais nas redes sociais e anunciaram que vão lutar conjuntamente contra as distorções propaladas por meios de comunicação dominantes contra os países em desenvolvimento.

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Países da ALBA reiteram via da cooperação na luta contra a pandemia

Com base na solidariedade e na unidade, a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) reforça os mecanismos de cooperação para enfrentar a Covid-19.

O Conselho Social da ALBA-TCP reafirmou a solidariedade entre os seus estados-membros para fazer frente à pandemia, alertando para a desigualdade no acesso às vacinas
Créditos / @BrunoRguezP

O Conselho Social da ALBA-TCP realizou esta terça-feira uma reunião especial, por videoconferência, destinada a coordenar esforços dos países-membros e a promover o intercâmbio de boas práticas relacionadas com o reforço dos sistemas públicos de saúde, bem como a garantir o acesso dos países do bloco aos tratamentos contra a Covid-19.

Tendo em conta os desafios colocados aos países da região pela pandemia, o mecanismo de integração regional decidiu criar um fundo humanitário para constituir um banco de vacinas e medicamentos, uma iniciativa que tinha surgido na cimeira de alto nivel do organismo realizada em meados de Dezembro último.

Neste sentido – informa a Prensa Latina –, o presidente do Banco da ALBA, Raúl Li Causi, anunciou a disponibilidade de linhas de financiamento na ordem dos dois milhões de dólares para promover projectos de saúde.

Numa fase inicial, a entidade financeira atribuirá um milhão de dólares aos estados insulares das Caraíbas Orientais que integram a ALBA-TCP, para que possam concluir negociações iniciadas com empresas e países visando a aquisição de vacinas contra a Covid-19.


Numa segunda etapa, a instituição bancária colocará um milhão de dólares à disposição do banco de vacinas e medicamentos, de modo a garantir o acesso a material médico e testes de diagnóstico, refere a agência cubana.

Para além disso, a Venezuela pôs à disposição do bloco a sua capacidade de produção com vista à criação de vacinas, além de coordenar a activação de uma ponte aérea através da linha nacional Conviasa para o transporte de antídotos, tratamentos, material médico e pessoal da saúde.

Reforçar cooperação e integração face ao neoliberalismo

No final do encontro, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, instou os países a coordenarem as suas capacidades nacionais em prol do bem-estar dos povos latino-americanos e caribenhos.

Por seu lado, o secretário-executivo da ALBA-TCP, Sacha Llorenti, defendeu o reforço da integração e da cooperação na luta contra a pandemia, e questionou os mecanismos adoptados por um grupo de países para fazer frente à Covid-19, na medida em que prevaleceram atitudes ditadas pelo neoliberalismo e os interesses do mercado.

O diplomata bolviano alertou para a desigualdade no acesso às vacinas e lembrou que 95% das doses desenvolvidas para combater a doença do coronavírus estão nas mãos de uma dezena de países ricos.

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Entre as acções imediatas anunciadas, constam o início de duas campanhas de comunicação: uma sobre a Covid-19 e as acções da ALBA-TCP para a combater, outra relativa à denúncia da imposição de medidas coercivas unilaterais que violam o direito internacional humanitário, a Cuba e à Venezuela, pelos Estados Unidos.

Para Maio deste ano, agendaram uma reunião de presidentes de cadeias de televisão e meios públicos da ALBA-TCP, como via de cooperação e troca de informação, bem como para traçar linhas editoriais conjuntas, refere a agência.

Em Junho, será realizado um encontro de jornalistas, meios alternativos e influencers digitais, com vista à construção da Alba Digital ou Alba 3.0, no âmbito das comemorações do bicentenário da Batalha de Carabobo (uma das mais importantes na Guerra da Independência da Venezuela).

Venezuela propõe uma aliança comunicacional

No decorrer do encontro, o ministro venezuelano da Comunicação, Freddy Ñáñez, propôs a criação de uma aliança comunicacional a partir da ALBA-TCP, para «desmontar as campanhas de ódio contra os países da região», bem como uma agenda de acções, que envolva todos os agentes, «para mostrar as verdades de cada país, por contraposição aos mass media».

«Na divulgação da vida social, política e económica dos povos da ALBA-TCP é fundamental mostrar as experiências sociais, a história e a vocação de futuro», defendeu, citado pela Prensa Latina.

Lembrou o modo como, a 12 de Abril de 2002 (no âmbito do golpe de Estado contra Chávez), os órgãos de comunicação privados do país promoveram o bloqueio informativo, enquanto os movimentos sociais, em conjunto com os comunicadores populares, recorreram aos seus próprios mecanismos para difundir os «acontecimentos reais do momento histórico».

«Na América Latina temos de abrir o debate para trazer estratégias pelo destino em comum. Naquele dia, o povo deu uma resposta com a construção de ferramentas populares e libertadoras no campo mediático em defesa da verdade», sublinhou, tendo dado como exemplo disto a multinacional TeleSur.

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