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Protesto no Canadá contra política militarista de Trudeau e pela saída da NATO

O «retiro» do executivo de Trudeau em Hamilton, na província de Ontário, ficou marcado por protestos na segunda-feira, um dos quais a exigir ao governo do Canadá a saída da NATO.

Mobilização da Hamilton Coalition to Stop the War (HCSW)
Créditos / HCSW

Membros da Hamilton Coalition to Stop The War realizaram uma concentração frente à Art Gallery local, esta segunda-feira, exibindo cartazes em que se lia «Não aos novos caças, não aos novos navios de guerra para a NATO» e «STOP à guerra por procuração na Ucrânia».

O grupo, revela o portal cbc.ca, criticou a resposta do governo de Justin Trudeau à guerra na Ucrânia, bem como a decisão do governo de Otava de comprar 88 novos caças F-35 à norte-americana Lockeed Martin, que irão custar mais de 14 mil milhões de dólares.

Doug Brown, co-presidente da Coligação de Hamilton contra a guerra, disse que a compra dos F-35 «é um desperdício terrível do dinheiro dos contribuintes», que devia ser direccionado para outras áreas, prioritárias.

Em seu entender, quando o orçamento com as despesas militares aumenta, os outros, que garantiriam «segurança económica, ambiental e de saúde» aos canadianos, encolhem.

Brown frisou ainda que o objectivo primeiro da compra não é defender o Canadá, mas «atar o país a uma estrutura militar comandada pelos EUA, para as operações ofensivas da NATO no estrangeiro».

A este propósito, lembrou que foi assim, «desta forma destrutiva», que os F-18 canadianos actuaram na ex-Jugoslávia e na Líbia.

Participar na diplomacia, não enviar mais armamento

Por seu lado, Ken Stone, também membro da Coligação anti-guerra, disse que a mobilização se enquadrava numa «semana de protestos na América do Norte contra as guerras da NATO».

«No Canadá, nos Estados Unidos e também nalguns pontos da Europa, tem havido manifestações que se opõem às guerras dos EUA pelo mundo, incluindo a guerra por procuração da NATO na Ucrânia», disse.

Para Stone, as origens da actual guerra na Ucrânia remontam à expansão da NATO para o Leste da Europa e ao incumprimento das promessas feitas à URSS; passam ainda pelo golpe de Maidan, pelo ataque às populações do Donbass e pelo não respeito pelos Acordos de Minsk.

Com a guerra a arrastar-se, Ken Stone defendeu que Trudeau devia participar nos esforços diplomáticos com vista a acalmar o conflito e a encontrar uma solução negociada para ele, em vez de mandar mais armas e tanques para a Ucrânia.

Na semana passada, a ministra canadiana da Defesa, Anita Anand, visitou Kiev, onde anunciou que o seu país ia enviar 200 veículos blindados para a Ucrânia.

«O Canadá precisa de uma política externa independente. Devemos sair da NATO», destacou Ken Stone.

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