«EUA e Cuba representam dois modelos político-económico-sociais radicalmente diferentes», destaca o professor e investigador argentino residente na Guatemala, para afirmar que se trata do «país capitalista mais poderoso do mundo» e de «uma pequena ilha que teve a ousadia – ou a dignidade – de se tornar independente dos tentáculos imperiais para construir o socialismo».
«A diferença de potencial tecnológico, económico e militar é abismal. No entanto, o gigante do Norte, após mais de seis décadas a tentar a todo o custo afundar a experiência socialista, não o conseguiu», destaca o autor num texto publicado no portal Prensa Comunitaria.
«Desferiu golpes formidáveis, com tentativas de invasão, bloqueio, campanhas de difamação, espionagem, sabotagem, mentiras espalhadas aos quatro ventos e uma longa – e vergonhosa – série de ataques. Mas não conseguiu subjugar o espírito revolucionário de um povo e dos seus líderes, que, apesar de tudo, ainda erguem com muito orgulho as bandeiras do socialismo», afirma o psicólogo e filósofo residente na Guatemala.
O autor lembra que, logo após o triunfo da revolução, em 1959, começaram as medidas restrictivas de Washington contra a Ilha, na presidência de Dwight Eisenhower.
«Depois da tentativa fracassada de invasão militar na Baía dos Porcos, em 1961, foi em 1962, com John F. Kennedy na Casa Branca, que a grande potência deu início a um bloqueio total contra a experiência socialista», frisou, recordando que a «medida imoral» se mantém há 63 anos, rejeitada por quase todos os países do mundo, sem que nenhuma administração a tenha levantado.
«Hoje, com a presidência deste neonazi que é Donald Trump, o império aperta muito mais o parafuso», alerta Colussi.
Criação das Brigadas Médicas Cubanas
«Em 1960, na sequência do grande terramoto (9,5 na escala sísmica, o maior de que há registo) no Sul do Chile, com milhares de mortos e danos incalculáveis, foi organizada a primeira brigada médica de Cuba», lê-se no texto, que destaca o facto de o governo de Havana, ao avaliar essa experiência, ter estabelecido formalmente a colaboração médica cubana com o resto do mundo, «neste caso, com a Argélia, recentemente libertada do imperialismo francês (1961)».
«Para os Estados Unidos, representante por excelência do capitalismo, onde tudo – obviamente incluindo a saúde – é um negócio lucrativo, este foi um péssimo exemplo. É por isso que, desde então, têm feito todos os possíveis para subjugar a experiência socialista», declara o autor.
Colussi destaca o reconhecimento de inúmeros povos que as Brigadas Médicas Cubanas souberam ganhar, bem como a dimensão e o valor da ajuda que prestam, muitas vezes em zonas inóspitas e em contextos de catástrofes naturais e de epidemias.
«Todas estas intervenções – note-se bem: Cuba exporta serviços de saúde, e não armas ou guerras, como os Estados Unidos – são realizadas a pedido dos países beneficiários, através de acordos bilaterais claros e transparentes», afirma o autor, sublinhando a importância de «esclarecer isto para refutar a horrenda campanha de difamação que Washington está hoje a montar».
Solidariedade e recrudescimento da ofensiva norte-americana
«Não há exportação de escravos, não há tráfico de pessoas, há serviços de saúde solidários», declara o investigador, antes de frisar que «estas iniciativas, sempre enquadradas numa ética de solidariedade com os mais vulneráveis, com as populações mais desvalidas e esquecidas», valeram às brigadas o «reconhecimento importante da parte da Organização Mundial da Saúde (OMS)».
Sublinhando que o pessoal médico cubano que integra estas missões o faz de forma voluntária, Colussi destaca também a ofensiva recente contra elas por parte da Casa Branca, com Donald Trump na presidência, fazendo de «Cuba e [d]o seu exemplo revolucionário […] um dos principais alvos de ataque».
«Não restam dúvidas sobre o porquê desta ofensiva contra as missões de saúde cubanas, que já conquistaram um profundo respeito e reconhecimento internacional: são um mau exemplo, contrário à ideologia do principal país capitalista do mundo», afirma Colussi.
«Enquanto os Estados Unidos (capitalistas) exportam armas – um dos seus negócios mais lucrativos – e planeiam guerras por todo o lado, Cuba (socialista) envia mostras de solidariedade com ajuda na saúde», enfatiza.
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