Em comunicados diferentes, estivadores e organizações de apoio à Palestina alertaram que o navio da Maersk devia atracar em Tânger, e nas ruas da cidade, ao longo do terminal de contentores, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra a presença do navio e de «armas genocidas em águas marroquinas», indicam o Peoples Dispatch e a PressTV.
O protesto deste domingo segue-se ao que teve lugar na semana passada no porto de Casablanca, onde o mesmo navio foi obrigado a permanecer 39 horas, depois de um apelo dos estivadores ao boicote, que se seguiu a informações de que o navio da Nexoe Maersk carregava equipamento militar para Israel.
O Sindicato dos Estivadores, filiado no Sindicato Marroquino do Trabalho (UMT, na sigla em francês), pediu aos trabalhadores no porto de Casablanca que se recusassem a descarregar ou a realizar quaisquer outras operações de serviço depois de o navio atracar, no passado dia 18.
Num contexto de revolta crescente no país norte-africano contra as ofensivas israelitas em Gaza e na Cisjordânia, e de indignação pela normalização das relações diplomáticas entre Marrocos e Israel, apadrinhada pelos EUA, a estrutura sindical afirmou, em comunicado, que facilitar a passagem do navio tornaria as pessoas envolvidas «em cúmplices directos da guerra de genocídio contra o povo palestiniano».
A empresa dinamarquesa disse que não transportava armas ou munições para zonas de conflito. No entanto, já chegou a reconhecer que, devido a um contrato com o governo norte-americano, no passado enviou carregamentos com «equipamento militar», derivado da «cooperação de segurança entre os EUA e Israel», refere a PressTV.
Tirar a máscara à Maersk
Pelo mundo fora, as organizações solidárias com a Palestina fizeram um apelo ao boicote contra o gigante dinamarquês, acusando-o de transportar armas e equipamento militar que as forças de ocupação utilizam na ofensiva contra a Faixa de Gaza.
Foi neste contexto que o Movimento Juvenil Palestiniano lançou a campanha Mask off Maersk (Máscara fora da Maersk). Em comunicado, os responsáveis da campanha afirmam que «estas duas paragens em Marrocos são apenas duas de muitas que a Nexoe Maersk está a fazer a caminho da Base Aérea de Nevatim, em Haifa, onde irá entregar peças para os aviões F-35 utilizados para massacrar o povo de Gaza».
«Em cada paragem que a Nexoe Maersk faz, tem havido protestos pelo mundo fora, provocando atrasos na chegada do equipamento a Israel», acrescenta.
De acordo com a informação publicada no portal Declassified UK, há dois navios da Maersk a transportar material de uma base no Texas (EUA) para Israel, «entre 5 de Abril e 1 de Maio».
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