Neste artigo vamos apresentar mais uma associação e um coletivo de artistas, ambas desenvolvem atividade na área da fotografia. Uma é o MEF – Movimento de Expressão Fotográfica1.
O MEF já existe há cerca 20 anos e desenvolve trabalhos na área da imagem, com destaque na fotografia, está envolvido na procura de parcerias com instituições e associações na área da dinamização comunitária, social e cultural dirigido a «pessoas portadoras de deficiências visuais, motoras ou mentais ou pessoas social e/ou economicamente carenciadas». O MEF desenvolve Conversas Fotográficas, Workshops e Tertúlias, Ações de Formação e Passeios Fotográficos, assim como apresentações públicas e outras atividades, onde tem contado com a colaboração de diversos fotógrafos, formadores, curadores e críticos de arte, entre muitas outras personalidades do meio artístico. A Agência Calipo, fundada em 2014, é um coletivo de fotógrafos (Alice WR, Filipe Canário, João José Bica, José Vicente, Luís Vintém, Manuel Falcão Malzbender e Mário Tavares) e também se envolvem numa forte ligação à comunidade, destacando os trabalhos realizados em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa no âmbito dos Festivais MURO ou com o Centro de Artes de Aljustrel (2018), assim como projetos desenvolvidos numa perspetiva mais autoral, como o «Nocturama» (Galeria Germinal, Lisboa, 2016) ou as «Short Stories» (Biblioteca Orlando Ribeiro, Lisboa, 2018).
A exposição «Avenidas da Memória» vai estar aberta ao público até 24 de fevereiro na Biblioteca dos Coruchéus e na Livraria Barata – Lugar de Cultura em Lisboa. Esta exposição «resulta de um desafio lançado ao MEF – Movimento de Expressão Fotográfica e ao grupo Vidas e Memórias do Bairro de Alvalade / Biblioteca dos Coruchéus para que desenvolvessem um projeto fotográfico participativo e comunitário, a partir das suas vivências e memórias do território envolvente aos dois equipamentos culturais: a Livraria Barata – Lugar de Cultura e a Biblioteca dos Coruchéus».
A este desafio responderam 13 artistas, entre residentes do bairro e fotógrafos do MEF, apresentando-se em dois polos expositivos: na Biblioteca dos Coruchéus2, com fotografias sobre a Avenida da Igreja e no piso -1 da Livraria Barata3, com fotografias sobre a Avenida de Roma.
Salientamos que o projeto «Vidas e Memórias de Bairro», é um projeto das Bibliotecas de Lisboa e teve origem nas Oficinas Comunitárias da Memória, tendo como objetivo recuperar e divulgar histórias de vida, testemunhos, relatos e memórias importantes e relevantes relacionadas com a Lisboa de outros tempos e funciona atualmente nas Bibliotecas Penha de França, Coruchéus e Alcântara. Este projeto recebeu em 2017 uma Menção Honrosa do «Prémio Boas Práticas em Bibliotecas Públicas Municipais» atribuído pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, apresentado publicamente, na Biblioteca de Marvila.
«O Meu Bairro Sou Eu» é uma exposição realizada por artistas da Agência Calipo e decorre no espaço Avenidas4 do programa Um Teatro em Cada Bairro, até 28 fevereiro de 2023. O coletivo de fotógrafos da Agência Calipo desenvolveu um trabalho de proximidade com várias comunidades, utilizando «linguagens visuais e técnicas fotográficas muito distintas, sempre com o foco dirigido às pessoas e às suas vivências. Ao longo de algumas semanas, os fotógrafos Alice WR, Manuel Falcão Malzbender e Mário Tavares estiveram em Santos ao Rego a captar alguns rostos que dão vida a este bairro, e que ficaremos a conhecer nesta exposição», como descreve o texto da exposição.
No Centro Interpretativo da Cidade de Évora5 é apresentada a exposição «O Imaginário do Silêncio» de António Couvinha, decorre até 21 fevereiro de 2023. Com esta exposição, que ocupa agora o primeiro andar do Palácio Manuel, o artista celebra 50 anos de carreira artística, em que a obra aqui exposta «abarca cinquenta anos de trabalho (de 1972 a 2022) e está organizada em dez núcleos «temáticos». Ao local onde, em 1985, apresentou a sua primeira individual («Sinais»), o artista volta agora com este vasto conjunto de cerca de uma centena de trabalhos. A linha condutora da sua obra gráfica, bem percetível nesta recolha, é o desenho, com o traço a sobrepor-se à cor; sintetizando, o que o artista nos mostra são desenhos, desenhos pintados e pinturas desenhadas», segundo um texto de Manuel Branco.
«Aqui ficam estes desenhos e estas pinturas, como peças de um puzzle desfeito, apelando à vossa imaginação. Tudo feito em silêncio. O silêncio foi quase sempre o cenário acústico dos meus trabalhos», assinalou António Couvinha.
O Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes6 em Mirandela apresenta a exposição «ANIMA» de Fernando Barros e Joana Antunes, que poderá ser visitada até 3 de março. Nesta exposição podemos encontrar um «encontro e diálogo entre as esculturas totémicas de Fernando Barros e as pinturas oníricas de Joana Antunes, dois artistas plásticos contemporâneos fiéis aos seus imaginários, à pureza das ideias, à abstração e simplificação das formas, à força das cores», referido no texto da exposição.
A exposição integra 31 obras, com 15 esculturas de Fernando Barros e 17 pinturas de Joana Antunes e muitas histórias contadas pelas esculturas criadas em madeira pelo escultor, que nos conduzem à natureza, «uma floresta de figuras humanóides marcadas por uma paleta cromática» e quanto às pinturas de Joana, embora à primeira vista «pareçam ser caóticas, o caos, contudo é apenas aparente, as pinturas são representações do cotidiano e dos sentimentos. As telas transportam-nos para diferentes lugares, somos enredados pela explosão de cores quentes e pela delicadeza do traço», como registámos num vídeo que apresenta a exposição.
Fernando Barros, natural de São Simão, Amarante (1951) desenvolve o seu trabalho artístico em escultura e pintura, onde «cruza mitologias locais… com a genuinidade do puro ato e vontade de materializar uma vontade interior, que se traduz sempre através de pedaços ou troncos de madeira» (Bonioso, 2021). Em 2006, Fernando Barros recebeu formação de desenho e pintura, orientada por Teresa Silva e Alberto Péssimo na Cooperativa Árvore onde, ao longo de 13 anos, tem um atelier na freguesia da Lomba e já participou em mais de uma centena de exposições coletivas e individuais, no país e no estrangeiro, destacando «Puro e Bruto» (2021), Sambade (Alfândega da Fé), e «Circular» Campus de Santiago, Universidade de Aveiro (UA) (2022).
Joana Antunes (n. Amarante,1979) reside em Felgueiras desde 2006. Aos 16 anos, iniciou a sua carreira artística, debruçando as suas visões nos suportes de pintura, escultura e mais recentemente na ilustração digital. Em 2019 ilustrou dois livros infantis, À Descoberta do Foral de Felgueiras, da autora de Raquel Brochado e Águas de Infância, livro de poesia infantil da autoria de Nuno Higino. Em 2020 ilustrou o livro Premiado – 3.º Prémio de Literatura Infanto Juvenil Ilídio Sardoeira 2020 – Amarante. Participação em várias exposições coletivas e individuais ao longo destes anos, nas diferentes áreas artísticas, pintura, escultura e ilustração, onde a narrativa suporta um conjunto de metáforas onde as sensações provocadas pela mescla abundante de cores, amplifica o sentido das ideias.
Referimos ainda que Joana Antunes participa atualmente na exposição «MUSE, Homenagem a Teixeira de Pascoaes», até 19 de fevereiro no Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso, em Amarante, e que integra obras de 21 artistas.
- 1. MEF - Rua Norte Júnior, n.º 17 A/D, r/c, loja 1. 1950-205 Bairro dos Lóios – Lisboa
- 2. Biblioteca dos Coruchéus - Palácios dos Coruchéus, R. Alberto de Oliveira, 1700-019 Lisboa. Horário: segunda a sábado, das 10h – 18h
- 3. Livraria Barata – Lugar de Cultura, Av. de Roma 11-A, 1049-047 Lisboa. Horário: segunda a sábado, das 10h às 20h, e domingos, das 10h às 19h
- 4. Avenidas - Rua Alberto de Sousa, 10 A – Lisboa. Horário: segunda a sexta, das 9h às 19h
- 5. Centro Interpretativo da Cidade de Évora - Palácio D. Manuel - Jardim Público de Évora - Rua 24 de Julho 1, 7000-650 Évora. Horário: segunda-feira a sábado, das 9h30 às 12h30, e das 14h às 18h
- 6. Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes - Rua Coronel João Maria Sarmento Pimentel, 168
5370, Mirandela. Horário: segunda a sexta-feira, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30
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