Pequenos produtores de uva também querem receber apoio do vinho

A Comissão Europeia aprovou na passada terça-feira um pacote de apoio de 15 milhões de euros da reserva agrícola para os produtores de vinho, que Portugal pode complementar com 200% do orçamento nacional. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reconhece num comunicado a necessidade de apoiar o sector, cujas dificuldades se sentem «de forma agravada» pelos pequenos e médios produtores de uva (não produtores de vinho), «que não conseguem escoar a produção e quando o conseguem é a preços muito baixos».

Os problemas são transversais a todo o País, mas, refere a CNA, assumem particular gravidade na Região Demarcada do Douro, onde os agricultores/viticultores «estão sem perspectivas de conseguir escoar a produção». A Confederação alerta que estão em risco «milhares de explorações da Agricultura Familiar», salientando que «a medida da destilação de crise é bem-vinda, se bem aplicada, com critérios objectivos, controlada (impedindo a especulação) e a preços compensadores, mas importa salientar que não chega aos pequenos e médios produtores de uva que não produzem vinho».

Neste sentido, reclama a criação de uma medida extraordinária para apoiar financeiramente os pequenos e médios produtores de uva para vinho. A par de medidas imediatas, a CNA reivindica uma intervenção estrutural no sector, nomeadamente através da promoção das exportações e do fim da liberalização dos direitos de plantação da vinha na União Europeia e do controlo e limitação das importações desnecessárias de vinhos e de mostos, «que inundam o mercado e criam dificuldades ao escoamento da produção nacional a preços justos».

Na situação particular da Região Demarcada do Douro, a CNA reclama a concretização do processo eleitoral da Casa do Douro, «para que se cumpra a decisão da Assembleia da República, e a instituição possa retomar as suas plenas funções de representação e defesa dos interesses dos pequenos e médios viticultores durienses».