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Programa «México abraça-te», expressão do compromisso com os migrantes

O programa «México abraça-te» foi divulgado horas antes da tomada de posse de Donald Trump, como mostra de apoio do executivo de Sheinbaum aos compatriotas, face a eventuais deportações.

Apresentação do programa «México abraça-te» Créditos / PL

Rosa Icela Rodríguez, titular da Secretaria de Governação (Ministério do Interior), apresentou o programa concebido pelo governo federal para prestar assistência a migrantes que venham a ser deportados dos Estados Unidos, tendo em conta as alterações à política migratória norte-americana.

«Claro que não estamos de acordo [com as expulsões]», disse Rodríguez em conferência de imprensa na Cidade do México, acrescentando que, no caso de se virem a concretizar, o país azteca fará tudo o que for possível para defender os compatriotas emigrados e destinará o que fizer falta para receber os que forem repatriados, para conseguir que sejam reintegrados no seu país de origem.

Neste contexto, disse, será entregues a cada mexicano que for repatriado um montante de 2000 pesos (93 euros), a que terão acesso de forma imediata para cobrir as despesas com os transportes até às suas terras.

«Trata-se de gente honesta e trabalhadora a quem México espera de braços abertos, nestas circunstâncias», afirmou a representante governamental, que deu a conhecer detalhes da estratégia traçada pelo executivo de Claudia Sheinbaum.

Nela, explicou Rodríguez, incluem-se áreas como serviços de saúde, transportes, emprego, acesso a comunicações telefónicas, pensões ou apoio a jovens, com o propósito de gerar «condições de vida e um meio favorável para atender as suas necessidades».

Claudia Sheinbaum, presidente do México, numa das conferências de imprensa matinais no Palácio Nacional, na Cidade do México / gob.mx

O plano instituído conta também com protocolos de reintegração de repatriados em aeroportos e postos fronteiriços, o que – revela La Jornada – implicou a celebração de acordos com todos os governos de estados junto à fronteira com os EUA (Baixa Califórnia, Sonora, Chihuahua, Coahuila, Nuevo León e Tamaulipas), bem como com aqueles que têm maior número de pessoas emigradas no país vizinho (Chiapas, Guerrero, Oaxaca, Puebla, Michoacán, Guanajuato, estado do México, Sinaloa e Jalisco).

Apoio da Secretaria dos Negócios Estrangeiros

Também na segunda-feira, mesmo antes da confirmação do endurecimento da política migratória por parte de Donald Trump, o actual chefe da diplomacia mexicana, Juan Ramón de la Fuente, anunciou medidas de apoio aos seus compatriotas nos Estados Unidos.

Entre estas, contam-se a criação de uma equipa jurídica formada por 2610 pessoas, assente na extensa rede de consulados (53) que o México tem no país vizinho, para levar a cabo a defesa legal dos mexicanos que estejam em risco de ser expulsos.

O titular da pasta dos Negócios Estrangeiros deu a conhecer uma nova aplicação de apoio, bem como alianças realizadas com escolas, hospitais, igrejas e outras instituições, no sentido de prestar apoio aos mexicanos que residem nos EUA.

De la Fuente sublinhou que os seus compatriotas devem saber que «não estão sozinhos e jamais o estarão».

Por seu lado, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, tem destacado que, ao invés de representarem uma carga, os migrantes mexicanos dão um contributo «muito importante» à economia dos Estados Unidos – e que a Casa Branca o sabe.

Horas antes de que Donald Trump tomasse posse como presidente dos EUA, Sheinbaum declarou que «o México não tem de baixar a cabeça, sentir-se inferior», refere La Jornada. «A relação com os Estados Unidos será de igual para igual e sempre em defesa dos mexicanos que vivem naquele país», acrescentou.

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