Dezenas de trabalhadores da Sociedade Agrícola de Rio Frio, do Pinhal Novo, Setúbal, manifestaram-se hoje frente ao Ministério da Agricultura, em Lisboa, lutando pela viabilização da empresa e pelo pagamento de salários em atraso.
O manifestantes gritaram palavras de ordem como «a luta é a nossa arma» ou «assim não vai dar, sempre os mesmo a pagar» e ergueram cartazes dizendo «Trabalhadores da Sociedade Agrícola Rio Frio lutam pela viabilização e pagamentos dos salários em atraso». Cantaram ainda a música «Grândola, Vila Morena», recordando os valores da Revolução de Abril.
São 42 os trabalhadores da empresa que têm em atraso os salários de Abril e Maio, além dos subsídios de Natal e de férias.
A Herdade de Rio Frio – que explora cortiça e produz vinho, gado e cavalos – chegou a ser considerada a maior vinha contínua do mundo, mas entre 2009 e 2010 recorreu a fundos comunitários para melhorar as instalações e recentemente a dois Planos Especiais de Revitalização (PER) que foram rejeitados na semana passada pelos credores BCP e Parvalorem.
Em declarações à imprensa, Helena Cardoso, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal, afirmou que «90% das dívidas da empresa são daqueles dois credores e, segundo explicaram aos trabalhadores, a razão do chumbo é a de o passivo ser maior do que o activo».
A sindicalista defendeu que a empresa «tem todo o potencial para ser viável» e, depois de ter sido recebida por um representante do Ministério da Agricultura, com quem esteve reunida, afirmou que o Governo reconhece o potencial da empresa e assumiu o compromisso de ajudar à sua viabilização.
«Vão fazer contactos e tentar arranjar novos accionistas para investirem na empresa», disse Helena Cardoso, destacando a importância económica e social da empresa para o distrito de Setúbal.
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