O anúncio foi recebido, esta quinta-feira, por muitos como uma espécie de provocação. Cantor, compositor e poeta, com poucos livros publicados e nada consensuais, tal como ele próprio, Bob Dylan é, depois do indiano Rabindranath Tagore, vencedor do Nobel de Literatura de 1913, o segundo músico a receber o prémio.
A academia sueca reconheceu-o por ter «criado novas expressões poéticas dentro da grande tradição da música americana», desta forma validando as letras de canções enquanto poemas.
Bob Dylan nasceu em 1941, nos Estados Unidos da América. Em mais de 50 anos de carreira lançou 48 discos. Ontem, a academia recomendava Blonde on Blonde, de 1966, para que os menos conhecedores da poesia de Dylan percebam a forma como alinha refrões e imagens. Porque na poesia de Dylan há sempre um subtexto.
Na década de 60, a música de Dylan foi símbolo do protesto político e social, e a Rolling Stone considerou-o o melhor autor de canções de intervenção. Entre as mais emblemáticas estão « Masters of War,», «Hurricane» e «Blowin’ in the wind». Em 1963, participa e actua na Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade, organizada, entre outros, por Martin Luther King.
O anúncio do prémio, ontem, coincidiu com o da morte do autor italiano Dario Fo, Prémio Nobel da Literatura em 1997. Nesse mesmo ano, Bob Dylan já era um dos nomeados.
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