Os trabalhadores da Sociedade Agrícola de Rio Frio lutam pela viabilização da empresa e pelo pagamento dos salários e subsídios em atraso. Estes trabalhadores passam por graves dificuldades económicas que, segundo a União dos Sindicatos de Setúbal, põem em causa a sua sobrevivência e do respectivo agregado familiar, com a agravante de haver casais a trabalhar na mesma empresa.
Depois de uma concentração no passado dia 19 de Novembro, os trabalhadores decidiram concentrar-se ontem junto à sede do Millennium BCP, um dos principais credores.
Os salários de Outubro e Novembro acabaram por ser depositados no dia 29 de Novembro, véspera da acção de protesto. Porém, os trabalhadores decidiram manter a acção, pelos subsídios de férias e de Natal, que ainda estão em atraso desde o ano passado, pelos seus postos de trabalho e pela viabilização da empresa.
«Os salários de Outubro e Novembro acabaram por ser depositados no dia 29 de Novembro, véspera da acção de protesto»
Esta já não era a primeira vez que a herdade atrasava o pagamento dos salários, tendo chegado a atingir os dois meses e meio de salários em atraso num passado ainda muito recente.
Por essa altura, foi assumido por parte de algumas entidades bancárias credoras a disponibilização de verbas para o pagamento dos salários dos trabalhadores.
Esta é uma herdade de referência no concelho de Palmela que actualmente atravessa grandes dificuldades financeiras, fruto das opções de gestão que foram tomadas, estando neste momento a decorrer um processo de insolvência em tribunal.
Apesar das dificuldades, na Assembleia de Credores terá sido dado o aval por parte dos credores para que fosse elaborado um plano que permitisse a recuperação desta herdade, tendo em conta os activos e até a riqueza natural e as potencialidades de que a mesma é detentora.
A Herdade de Rio Frio – onde se explora cortiça e produz vinho, gado e cavalos - chegou a ser considerada a maior vinha contínua do mundo, mas, entre 2009 e 2010, recorreu a fundos comunitários para melhorar as instalações e recentemente a dois Planos Especiais de Revitalização (PER) que foram rejeitados pelos credores BCP e Parvalorem, detentores de 90% das dívidas da empresa.
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