Acusando a associação patronal Aphort (Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo) de requerer a caducidade do contrato colectivo de trabalho (CCT) e se recusar a negociar aumentos salariais desde 2011, «apesar da excelente situação económica que o sector vive desde 2013», o sindicato apresentou 35 cadernos reivindicativos, que envolveram mais de 40 estabelecimentos e mais de 2000 trabalhadores, e que já resultaram em aumentos salariais.
Dois exemplos de acções de protesto e denúncia realizadas pelo sindicato em hotéis onde não houve resposta ao caderno reivindicativo ou em pousadas onde decorrem negociações são a do Hotel Palace Vidago, no concelho de Chaves, pertencente ao grupo Unicer, no dia 13 de Abril, e a da Pousada do Freixo, no Porto, pertencente ao grupo Pestana, no dia 14.
Palace Vidago Hotel não actualiza salários há anos
A empresa já não actualiza os salários há seis anos consecutivos, «discriminando os trabalhadores desta unidade hoteleira em relação aos demais do grupo Unicer», acusa o sindicato.
Estes trabalhadores também são discriminados nos prémios e regalias sociais do grupo. Os salários praticados «são muito baixos, se comparados com os demais hotéis de cinco estrelas».
O sindicato apresentou um caderno reivindicativo que propõe aumentos salariais e outras melhorias das condições de trabalho, mas a empresa «recusa o diálogo e a negociação», informa o sindicato, acrescentando que o Palace Vidago Hotel tem muita precariedade e «falsos» estágios.
Durante a acção de protesto e denúncia pública que o sindicato realizou junto à porta do Hotel Palace Vidago, no dia 13 de Abril, o director geral do hotel declarou receber o sindicato se fosse suspensa a iniciativa, mas os sindicalistas presentes não aceitaram. Decidiu então chamar a GNR para expulsar os manifestantes, o que acabou por não acontecer, uma vez que a actividade sindical «é um direito fundamental consagrado na Constituição da República Portuguesa», sublinha o sindicato.
Grupo Pestana requer caducidade do acordo de empresa
A estrutura sindical afirma que as Pousadas de Portugal registam «a melhor ocupação de quartos e de restauração de sempre», mas pagam salários «muito baixos», para além de o grupo Pestana ter denunciado o acordo de empresa e requerido a sua caducidade.
Acresce que, mesmo antes de o Ministério do Trabalho publicar o aviso de caducidade, o grupo Pestana deixou de pagar o trabalho em dia feriado como estabelece o acordo de empresa e passou a pagar apenas 50%, reduzindo desta forma o valor de cada feriado de, por exemplo, 60 euros para 15 euros, representando uma perda anual de 450 euros para cada trabalhador.
A estrutura sindical também acusa o grupo Pestana de ter muitos estagiários e trabalhadores com contratos precários a ocuparem postos de trabalho permanentes.
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