Começa esta noite o 37.º congresso do PSD, com os olhares centrados nos dois discursos de abertura: do presidente que sai, Pedro Passos Coelho, e do que entra, Rui Rio. Mas, para lá do esperado tributo ao primeiro-ministro que protagonizou a destruição de 300 mil postos de trabalho em apenas dois anos, quase 70 mil directamente na Administração Pública, há curiosidades a saber.
No congresso do PSD, não basta aos 750 delegados terem as quotas em dia e sido eleitos no passado dia 13 de Janeiro. De acordo com o regulamento, devem enviar 30 euros juntamente com o boletim de inscrição, tal como os participantes – actuais dirigentes e eleitos em cargos públicos, que não têm direito de voto. Já aos «observadores» – militantes que podem assistir ao congresso – são pedidos dez euros, para que possam acompanhar os trabalhos do órgão máximo do seu partido.
Mas, depois de eleito o líder, qual o papel dos delegados ao congresso? Eleger os órgãos nacionais e aprovar a «moção de estratégia global».
No caso do Conselho Nacional, o órgão máximo entre congressos, a RTP afirmava, esta tarde, que mandatários de Rui Rio e Santana Lopes (adversário derrotado nas eleições para a liderança) estão reunidos para cozinhar uma lista de «consenso». Já para a Comissão Política Nacional, o órgão de direcção mais restrito, a lista única é da responsabilidade do presidente eleito e nem sequer está em discussão no congresso. Será conhecida até à manhã de domingo e aos delegados só lhes é pedida e autorizada uma coisa: votar.
Em relação à «moção de estratégia global», o procedimento é semelhante. O texto único é subscrito por Rui Rio, apesar de ter sido redigido pelo assessor de Cavaco Silva e ex-ministro do PSD David Justino. Ainda que o dia de sábado esteja reservado para a discussão da proposta do novo líder, não há qualquer espaço para alterar uma vírgula no texto. Aos delegados, cabe o mesmo papel: votar e aplaudir.
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