PS

Pedro Nuno Santos prometeu, com pompa e circunstância, que o Salário Mínimo Nacional chegará aos 1000 euros em 2028. Feitas as contas, a proposta representa um travão no ritmo de aumento do salário mínimo e não passa de um truque de retórica.

Decorre este fim-de-semana, em Lisboa, o 24.º Congresso do Partido Socialista que consagrará Pedro Nuno Santos como secretário-geral socialista, sucedendo a António Costa.

Com país atolado em problemas consequentes da política de direita, a duas semanas da dissolução da Assembleia da República, PS e PSD vêem como prioritária a legalização do tráfico de influências. A promiscuidade entre poder económico e político vigora.

Em Junho de 2012, o Governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho impôs um corte de 50% na remuneração das horas extra (dos 100%, os trabalhadores passaram a receber apenas um acréscimo de 50). Governo PS recusou-se a reverter medida.

Após uma manifestação dos funcionários das autarquias de Almada, no dia 21, o executivo PS/PSD liderado por Inês de Medeiros recusou-se a receber os representantes dos trabalhadores, como estava combinado.

A reunião entre António Costa e Pedro Nuno Santos, na manhã deste domingo, marca a passagem de testemunho na liderança socialista, depois da vitória do novo secretário-geral, eleito com 62% dos votos.

PS  e PSD estavam empenhados em defender os interesses da Vinci na localização do novo aeroporto. Procuraram criar uma comissão técnica independente e escolheram a metodologia. Parece que o tiro saiu-lhes ao lado. A conclusão passa por Alcochete e não Montijo, como a Vinci e eles queriam. 

É pela prática que fica evidente a política de direita do PS e a Fenprof não deixou passar isso em claro. Segundo a estrutura sindical, o PS, quase sempre acompanhado da Iniciativa Liberal, chumbou todas as propostas para a recuperação do tempo de serviço.

O acordo entre o Governo e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), dá o «empurrão final aos médicos para saírem do SNS», defende a FNAM. É «produto exclusivo da intransigência, inflexibilidade, má-fé e incompetência» do PS.

Aconteceu o que já se sabia: o Orçamento do Estado para 2024 foi aprovado na Assembleia da República pela maioria absoluta do PS. Se no hemiciclo essa foi a realidade, na rua, à porta do parlamento, a CGTP e centenas de trabalhadores chumbaram-no.

Após aprovação na generalidade, começou hoje a discussão na especialidade do Orçamento que a direita tanto quer que seja aprovado. Entre os partidos, destaque para o PCP que apresenta 507 propostas, mostrando que não se resigna. 

No quadro da discussão do Orçamento do Estado, o Governo colocou o IUC de forma a encenar divergências com a direita. Agora recua na medida, confirmando-o.

O Presidente da República vai dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições, salvaguardando primeiro a aprovação e promulgação do Orçamento do Estado para 2024, a opção mais desejada pelo PSD.