Estas são algumas das razões que levaram a APG a marcar presença ontem, terça-feira, «numa concentração de protesto na Cerimónia Militar do dia da Unidade de Castelo Branco», com a participação do ministro da Administração Interna (MAI).
A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) diz ter ficado «perplexa» com declarações de José Luís Carneiro, segundo o qual as manifestações de descontentamento «não correspondem ao sentimento geral». Na cerimónia de Compromisso de Honra de 921 novos agentes da PSP, esta sexta-feira, em resposta aos jornalistas, o ministro «terá afirmado que sente as forças de segurança "muito mobilizadas" e que as manifestações de descontentamento são "posições isoladas" que "não correspondem ao sentimento geral"». «São declarações que contrariam a realidade e, das duas uma, ou o senhor ministro vive noutro país ou anda a ouvir só e apenas as chefias», refere aquela associação em comunicado. Acrescenta que o governante, «a fazer fé nas notícias veiculadas pela imprensa, referiu-se ao que viu e ouviu nas esquadras da PSP, não mencionando sequer os postos da GNR, optando por generalizar e falar em "forças de segurança muito mobilizadas"». «Ora, nem acreditamos nessa motivação toda na PSP, nem acreditamos que o senhor ministro tenha muito interesse em ouvir os profissionais da GNR», vincou a APG/GNR. A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) foi ouvida na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, onde chamou a atenção para um conjunto de problemas estruturais que atingem a PSP. Na audição, onde marcaram presença os grupos parlamentares do PS, do PSD e do PCP, a ASPP abordou a questão da perda de poder de compra dos profissionais da PSP, face aos «constantes congelamentos passados» e ao aumento salarial de 0,9%, considerando a inflação prevista de 3,7%. Identificou também as questões das admissões na PSP e da programação de infra-estruturas e equipamentos, sublinhando a necessidade de as medidas anunciadas serem efectivamente concretizadas, de forma a que não «fiquem apenas no campo das intenções». A ASPP deixou ainda críticas à proposta de Orçamento do Estado para 2022, face à ausência de opções relativas à revisão de carreiras e condições remuneratórias, considerando que «a pouca atratividade da instituição» não se resolve com «alterações estéticas na idade de admissão». A associação sindical assumiu a necessidade de uma política «valorativa nos vencimentos, na reestruturação dos suplementos e na alteração do valor do risco», bem como alterações em questões de orgânica interna, nomeadamente em relação à mobilidade, à transferência e à habitação. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. E prossegue: «Acreditará o senhor ministro que numa qualquer visita a um posto ou esquadra, devidamente programada, algum profissional vai dizer o que sente, sujeitando-se a um qualquer procedimento disciplinar?». A associação lembra que já propôs que as visitas sejam realizadas sem aviso prévio, pois certamente que, se tal acontecesse, o governante «iria encontrar cenários totalmente diferentes e ver o bom e o mau que existe e que, em regra, é escondido». A APG/GNR desafia o ministro da Administração Interna «a falar com os profissionais, mas dando indicações para falarem à vontade sem receio de represálias, sem receio do Código de Justiça Militar, sem a presença do topo das hierarquias», na expectativa de valorizar as preocupações que a APG/GNR tem feito chegar ao conhecimento do governante, «e que não têm merecido resposta». Ainda de acordo com a nota, «sem medo, com razão e coragem, no próximo dia 21 de Outubro os profissionais das forças de segurança estarão junto à residência do Presidente da República», onde realizarão uma acção de protesto. A APG/GNR exorta à participação de todos os profissionais da Guarda na iniciativa. «Se há vontade de varrer o descontentamento para debaixo do tapete, este é o momento de agir, de pôr um ponto final no absoluto desprezo que tem existido por aqueles que garantem a segurança do país», remata. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Associação dos Profissionais da GNR «perplexa» com declarações do MAI
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ASPP denuncia problemas estruturais na PSP
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A APG considera ainda que, no caso concreto do Comando Territorial de Castelo Branco «a questão das instalações merece uma resposta urgente», sublinhando que, em 2020, o então responsável pela Administração Interna, «prometeu 4,5 milhões de euros para investir em instalações da Unidade», embora ainda hoje se desconheça «o destino da totalidade de tal verba».
Nesse sentido, aponta os exemplos do Fundão, uma cidade da exclusiva responsabilidade da GNR, com os profissionais a prestarem serviço «em instalações desadequadas e sem condições», e de Vila Velha de Ródão, onde o posto «está sem telhado desde Janeiro de 2021, estando presentemente os profissionais a prestar serviço em instalações sem o mínimo de condições».
A APG considera que a presença do MAI nas comemorações do dia da Unidade deveria servir também para a adopção de medidas urgentes que garantam «condições de serviço» dos profissionais da GNR do Comando de Castelo Branco. Por essa razão, decidiu marcar presença, como forma de protesto, «numa cerimónia que de outra forma não passaria disso mesmo, um evento comemorativo, em que os profissionais que prestam serviço na Unidade não teriam voz, designadamente quando exigem dignidade no desempenho das suas funções».
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