|forças de segurança

Associação dos Profissionais da GNR «perplexa» com declarações do MAI

A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) diz ter ficado «perplexa» com declarações de José Luís Carneiro, segundo o qual as manifestações de descontentamento «não correspondem ao sentimento geral».

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

Na cerimónia de Compromisso de Honra de 921 novos agentes da PSP, esta sexta-feira, em resposta aos jornalistas, o ministro «terá afirmado que sente as forças de segurança "muito mobilizadas" e que as manifestações de descontentamento são "posições isoladas" que "não correspondem ao sentimento geral"».

«São declarações que contrariam a realidade e, das duas uma, ou o senhor ministro vive noutro país ou anda a ouvir só e apenas as chefias», refere aquela associação em comunicado.

Acrescenta que o governante, «a fazer fé nas notícias veiculadas pela imprensa, referiu-se ao que viu e ouviu nas esquadras da PSP, não mencionando sequer os postos da GNR, optando por generalizar e falar em "forças de segurança muito mobilizadas"».

«Ora, nem acreditamos nessa motivação toda na PSP, nem acreditamos que o senhor ministro tenha muito interesse em ouvir os profissionais da GNR», vincou a APG/GNR.

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ASPP denuncia problemas estruturais na PSP

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) foi ouvida na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, onde chamou a atenção para um conjunto de problemas estruturais que atingem a PSP.

CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

Na audição, onde marcaram presença os grupos parlamentares do PS, do PSD e do PCP, a ASPP abordou a questão da perda de poder de compra dos profissionais da PSP, face aos «constantes congelamentos passados» e ao aumento salarial de 0,9%, considerando a inflação prevista de 3,7%.

Identificou também as questões das admissões na PSP e da programação de infra-estruturas e equipamentos, sublinhando a necessidade de as medidas anunciadas serem efectivamente concretizadas, de forma a que não «fiquem apenas no campo das intenções».

A ASPP deixou ainda críticas à proposta de Orçamento do Estado para 2022, face à ausência de opções relativas à revisão de carreiras e condições remuneratórias, considerando que «a pouca atratividade da instituição» não se resolve com «alterações estéticas na idade de admissão».

A associação sindical assumiu a necessidade de uma política «valorativa nos vencimentos, na reestruturação dos suplementos e na alteração do valor do risco», bem como alterações em questões de orgânica interna, nomeadamente em relação à mobilidade, à transferência e à habitação.

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E prossegue: «Acreditará o senhor ministro que numa qualquer visita a um posto ou esquadra, devidamente programada, algum profissional vai dizer o que sente, sujeitando-se a um qualquer procedimento disciplinar?».

A associação lembra que já propôs que as visitas sejam realizadas sem aviso prévio, pois certamente que, se tal acontecesse, o governante «iria encontrar cenários totalmente diferentes e ver o bom e o mau que existe e que, em regra, é escondido».

A APG/GNR desafia o ministro da Administração Interna «a falar com os profissionais, mas dando indicações para falarem à vontade sem receio de represálias, sem receio do Código de Justiça Militar, sem a presença do topo das hierarquias», na expectativa de valorizar as preocupações que a APG/GNR tem feito chegar ao conhecimento do governante, «e que não têm merecido resposta». 

Ainda de acordo com a nota, «sem medo, com razão e coragem, no próximo dia 21 de Outubro os profissionais das forças de segurança estarão junto à residência do Presidente da República», onde realizarão uma acção de protesto.

A APG/GNR exorta à participação de todos os profissionais da Guarda na iniciativa. «Se há vontade de varrer o descontentamento para debaixo do tapete, este é o momento de agir, de pôr um ponto final no absoluto desprezo que tem existido por aqueles que garantem a segurança do país», remata.


Com agência Lusa

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