|Função Pública

Aumentos insuficientes encerram negociações na Função Pública

A Frente Comum considerou insuficiente o aumento do salário proposto pelo Governo de sete para dez euros para os funcionários públicos cuja remuneração actual está abaixo dos 683 euros mensais.

Milhares de trabalhadores desafiaram a chuva para se manifestarem em Lisboa, no dia da greve nacional dos trabalhadores em funções públicas e sociais, a 31 de Janeiro de 2020
CréditosMário Cruz / LUSA

«A resposta do Governo foi manter em 0,3% a actualização salarial para os funcionários públicos e aumentou de sete para dez euros a actualização para os níveis 4 e 5 da Tabela Remuneratória Única [TRU]», referiu à Lusa Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN) no final de uma reunião no Ministério da Modernização do Estado e Administração Pública, assinalando que, com esta resposta, o Executivo não deixa alternativa aos trabalhadores que não seja avançar para «novas formas de luta».

A dirigente precisou ainda que o Governo não apresentou nenhuma proposta visando o aumento do subsídio de refeição e dos dias de férias, matérias que constam das contrapropostas das três estruturas sindicais da Função Pública.

«O que nos disse é que este ano não há aumento dos dias de férias», afirmou Ana Avoila, que sublinhou que a Frente Comum está a negociar a actualização salarial «apenas para o ano de 2020», e não numa perspetiva plurianual, e que, sendo esta a primeira actualização após o período de congelamento, o processo começou «da pior maneira».

Sobre o subsídio de refeição, referiu, a resposta do Governo foi também de não avançar com nennhum aumento, mantendo o seu valor nos 4,77 euros. A Frente Comum propôs uma subida para 6,50 euros.

«Não há mais reuniões marcadas. É um processo que fica por aqui», disse a dirigente, acrescentando que, perante este desfecho, o Governo «não deixa alternativa» aos trabalhadores e terá de assumir «as consequências».

A coordenadora da Frente Comum afirmou ainda que os aumentos diferenciados apenas vão «criar ainda maior divisão entre os trabalhadores», porque irão fazer com que pessoas que entram agora para a Função Pública «fiquem a ganhar o mesmo que trabalhadores que estão há 20 ou 30 anos em funções».


«A resposta é a luta», referiu Ana Avoila, referindo que a estrutura vai realizar no dia 28 de Fevereiro um plenário de dirigentes sindicais no qual «certamente vamos aprovar uma acção de luta», que «pode ser uma greve ou outra» mas que «certamente não será inferior à luta realizada em 31 de Janeiro».

Além de um aumento mínimo de 90 euros para cada funcionário público e da actualização do subsídio de refeição, a Frente Comum exige a reposição dos 25 dias úteis de férias, retirados durante o período da troika, e, entre outras medidas, a manutenção da proporcionalidade dos níveis salariais da TRU.



Com agência Lusa

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