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«Não vamos ficar até Janeiro de 2025 a empobrecer», alerta Frente Comum

A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública insistiu, em reunião com o Governo, num aumento intercalar de salários este ano, para travar o empobrecimento, admitindo todas as formas de luta.

Piquete de greve dos trabalhadores do Hospital Santa Maria, em Lisboa. Realizou-se hoje, 17 de Março de 2023, «uma das maiores greves da administração pública dos últimos anos», destacou Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum/CGTP-IN, encerrando serviços de Norte a Sul do país. 
Créditos / Frente Comum

«Nós continuamos a exigir um aumento intercalar dos salários, não vamos ficar à espera de 2025 para que os trabalhadores deixem de estar a empobrecer a trabalhar todos os dias na Administração Pública e isto obriga a uma resposta imediata. Foi-nos dito que a intenção do Governo não era essa», disse aos jornalistas, esta sexta-feira, o coordenador da Frente Comum (CGTP-IN), Sebastião Santana, após uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, no Ministério das Finanças.

A estrutura sindical reivindica 15% de aumento no salário dos trabalhadores da Administração Pública, com o mínimo de 150 euros para todos.

«Não há abertura [do Governo], vão ter de ser os trabalhadores a criar essa abertura e a Frente Comum não se demite da responsabilidade que tem nisso, o que deixámos claro em cima da mesa é que não vamos ficar até Janeiro de 2025 a empobrecer», apontou o sindicalista, acrescentando que todas as formas de luta estão em cima da mesa.

A frente sindical defendeu que «o Governo tem condições financeiras» para fazer um aumento intercalar e considerou que «não o faz porque não quer», propondo ainda a utilização de verbas de uma rubrica do Orçamento do Estado, que destina 19 000 milhões de euros para aquisição de serviços externos.

A reunião, ontem, tinha como objectivo abordar o Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP) e, segundo Sebastião Santana, o Governo entregou um documento necessário para que a última revisão daquele sistema seja posta em marcha.

A Frente Comum insistiu na revogação do sistema de avaliação que considera injusto e «ridículo».

«É um sistema que não prevê a possibilidade remota que seja de todos os trabalhadores de um serviço serem excelentes, […] do nosso ponto de vista isto é só para revogar e trabalhar num sistema de avaliação novo», considerou Sebastião Santana.

Já sobre a reforma na Administração Pública recentemente anunciada pelo Governo, que poderá implicar redução de cargos de direcção, a Frente Comum disse que o tema não foi abordado na reunião, mas o Governo pretende fazer uma apresentação do programa aos sindicatos.

«Não vamos estar de acordo, seguramente, com a forma como isto vai ser feito, que vai ser à luz do programa do Governo, que passa por muita coisa mas não passa uma única linha pela melhoria dos serviços públicos», alertou Sebastião Santana.

Segundo a Frente Comum, ficou agendada uma nova reunião com o Governo para a próxima sexta-feira, dia 5 de Julho, sobre o SIADAP.


Com agência Lusa

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