A greve de dois dias ficou marcada hoje por uma concentração em frente à sede da Randstad, em Lisboa. Os trabalhadores dão a cara pela EDP mas são contratados por aquela empresa de outsourcing, e a batalha que travam não é de agora. Recorde-se que a última greve aconteceu nos dias 20 e 21 de Junho.
Na base do protesto está a reivindicação de 30 euros de aumento salarial, melhores condições de trabalho e a passagem dos trabalhadores em regime de prestação de serviços aos quadros da empresa utilizadora, a EDP. Desde 2012 que estes trabalhadores não eram aumentados. A compensação financeira chegou este ano, mas é de apenas um euro por mês. Os trabalhadores dizem que o «aumento» é desumano e afirmam que geram grandes lucros em troca de tostões.
São mais de 1500 os trabalhadores que laboram para a EDP com contrato de prestação de serviços da Randstad. Presente na concentração de hoje, Rita Rato, eleita do PCP à Assembleia da República, reiterou que a uma necessidade permanente da empresa deve corresponder um posto de trabalho efectivo. A deputada comunista reconheceu também que a EDP recorre ao outsourcing para diminuir os direitos dos trabalhadores e baixar salários.
Recorde-se que no passado mês de Maio, o presidente-executivo da EDP, António Mexia, anunciou com regozijo uma estimativa de lucro da empresa, para este ano, a rondar os 900 milhões de euros. O mesmo António Mexia que, em 2015, arrecadou remunerações brutas acima dos dois milhões de euros. Neste valor incluía-se um bónus extra de 360 mil euros justificado pelas «qualidades de liderança e visão estratégica» do gestor.
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