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Cimpor corta assistência na doença a 1300 beneficiários

«É inadmissível que uma empresa com mais de 135 milhões de euros de lucros líquidos nos últimos 4 anos, pretenda agora retirar um benefício que pertence, por direito próprio, aos seus trabalhadores» denuncia a Feviccom/CGTP.

A actual administração da Cimpor, um conglomerado industrial e financeiro turco (OYAK) que comprou a empresa, em 2018, por cerca de 700 milhões de euros, anunciou «a retirada dos complementos de assistência na doença aos actuais e aos futuros reformados e às suas famílias a partir de 20 de Outubro». 

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Cimpor. Trabalhadores conquistam maior aumento dos últimos anos

A revisão salarial prevê aumentos mínimos de 90 euros no primeiro semestre e de 110 euros no segundo, e subidas entre 8% a 12% nas cláusulas pecuniárias.

Estas actualizações, sublinha a Federação dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom/CGTP-IN) num comunicado, resultam da unidade e da «elevada participação, intervenção e disponibilidade dos trabalhadores para a luta, ao longo de todo o processo negocial», e serão processadas neste mês de Abril, com retroactivos a 1 de Janeiro deste ano. 

A revisão salarial do Acordo de Empresa para 2023, assinada esta quarta-feira, consagra «um primeiro aumento intercalar de 4% acrescido de mais 4% com aumentos mínimos sobre os salários praticados de 90 euros no 1.º semestre de 2023 e de 110 euros no 2.º semestre, para além de 8% nas cláusulas pecuniárias».

Na variação entre a última tabela publicada em 2022 e a tabela a publicar em 2023, verifica-se que o aumento mensal, no nível intermédio (8), será de 142 euros no primeiro semestre de 2023 e de 162 euros no restante período do ano, evoluindo de 1308 para 1470 euros, ou seja, mais 12,4%. O aumento salarial mais baixo (nível 1) será de 126 euros e o mais elevado (nível 15) de 292 euros.

Já restantes matérias pecuniárias, como anuidades e subsídios de refeição, prevenção e trabalhador-estudante terão um aumento de 8%. O subsídio de transporte será aumentado em 5 euros (11,6%), e nos subsídios de turno haverá um aumento de 12% na laboração contínua, fixando-se nos 457,50 euros. 

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De acordo com a informação divulgada pela Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom/CGTP-IN), esta decisão afecta, no imediato, cerca de 1300 beneficiários. É ao que está reduzida aquela que já foi uma das mais importantes empresas do tecido econónimo público português.

É que mesmo «com mais de 135 milhões de euros de lucros líquidos nos últimos quatro anos», a Cimpor privada não sente qualquer obrigação para com os seus trabalhadores. «Os trabalhadores da Cimpor não podem ser usados para a obtenção de resultados e descartados quando se trata de usufruir de benefícios conquistados há décadas».

Face à estratégia de agressão da OYAK, os trabalhadores já estão a avançar para a discussão das «acções e das lutas necessárias para reverter a medida anunciada pela Administração», estando também disponíveis para acompanhar os reformados da Cimpor nas lutas que estes entendam realizar.

Trata-se, refere a Feviccom, de «assegurar a manutenção de um direito que a todos diz respeito».

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