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EDP: se lucros aumentam, salários também devem aumentar

Os trabalhadores da eléctrica exigem um aumento «real» dos salários em 2019 e dizem que, se cresce a distribuição de dividendos aos accionistas, o mesmo deveria acontecer com os salários.  

António Mexia lidera a empresa mais lucrativa, a EDP, com um salário de 2,5 milhões de euros anuais
CréditosTiago Petinga / Agência LUSA

Na proposta para 2019 apresentada à administração da EDP, depois de aprovada em plenário nacional de delegados, a Fiequimetal/CGTP-IN exige um aumento dos salários que permita o crescimento real do rendimento dos trabalhadores. 

A federação assinala que a proposta de aumento salarial geral em 4%, assegurando um mínimo de 50 euros, vai ao encontro da melhoria do poder de compra dos trabalhadores, especialmente dos que são abrangidos pelas bases de remuneração mais baixas, onde se inclui grande parte dos jovens trabalhadores.

Em contraponto, destaca dados económicos da EDP nos últimos anos para evidenciar que a administração da eléctrica «não tem qualquer motivo, excepto o da opção política (aumento dos lucros), para não distribuir de forma mais justa a riqueza produzida» e valorizar os seus trabalhadores».

«Numa análise dos resultados apresentados pela empresa desde 2012 ressalta que, embora as vendas e serviços prestados tenham diminuído 3,6%, o resultado líquido do grupo aumentou 21,9% e a distribuição de dividendos aos accionistas cresceu 13,3%», enquanto que os encargos com os salários «diminuíram 2,1%».

Os trabalhadores falam da urgência de inverter esta tendência e reduzir a desigualdade. A federação denuncia que a «remuneração mais alta passou de 24 para 37 vezes superior à remuneração média» e que «a remuneração mais alta vale 135 vezes a mais baixa».

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