A paralisação decorre entre as 8h e as 24h e tem como objectivo, segundo adiantou à Lusa a enfermeira Helena Jorge, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), «reivindicar que lhes seja retificado [aos enfermeiros] o tempo que não foi contado para progressão nas carreiras, que cumpram os horários de trabalho de modo a permitir os descansos e folgas, e para reiterar que somos totalmente contra a diminuição da dotação de enfermeiros».
A «questão central» tem que ver com o problema da progressão das carreiras, um processo que remonta a 2018 e que estará a afectar 80% dos cerca de 700 enfermeiros do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT).
«O CHMT, desde o descongelamento da administração pública, é um dos hospitais do País que menos contabilizaram os anos não avaliados […]. Não avaliou os enfermeiros entre 2004 e 2014, em períodos diferenciados», disse Helena Jorge, tendo feito notar que «há 20 e tal anos que estes enfermeiros continuam a ganhar o vencimento base da carreira, mantendo-se uma «discriminação entre os vínculos a contrato individual de trabalho (CIT) e da função pública, com menos férias, sem ADSE e muitas diferenças», num «problema que se arrasta desde 2018».
Tendo afirmado que a greve «é uma decisão de último recurso» e que foi «ponderada pelos colegas», Helena Jorge reiterou que o protesto decorre «principalmente porque, já com a administração anterior, os enfermeiros foram muito penalizados por não serem avaliados no CHMT e no descongelamento [de carreiras] em 2018».
Mas «há outros problemas, como o aumento do volume de trabalho extraordinário, não cumprimento dos regulamentos de horários, e não atribuição de um dia de férias aos enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho (CIT)», acrescentou.
Para 16 de Setembro está agendada uma reunião entre o SEP e o Conselho de Administração do CHMT. O sindicato admite novo pré-aviso de greve caso não haja resposta às reivindicações. Ainda a propósito da paralisação desta terça-feira, admite que ela é da responsabilidade da administração e que nenhum dos objectivos enunciados tem implicações financeiras.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui