Neste cálculo não entram os casos de isolamento por Covid-19, que, acusa a Federação Nacional de Professores (Fenprof/CGTP-IN), o Ministério da Educação «continua a ocultar».
Para a situação que se vive nas escolas públicas, «esperada», a federação entende que contribuem diversos factores, nomeadamente «a crescente falta de professores», que tem sido «desvalorizada» por sucessivos governos, «desde o de Passos Coelho, que aconselhava os professores a emigrarem», até ao actual.
Outros factores apontados são «o envelhecimento dos profissionais docentes, com o número de aposentações a aumentar todos os anos, e muitos a contraírem doenças», e os «elevados níveis de exaustão que atingem milhares de docentes».
Nos colégios privados, problema semelhante
Na nota à imprensa que emitiu esta quinta-feira, a Fenprof alerta também para o que se passa nos colégios privados, destacando que a falta de professores «já não é pontual» e se tem agravado nos últimos anos. «É um problema que, em muitos, já atinge níveis superiores ao das escolas públicas», afirma.
Tal ocorre, segundo a federação, porque, «em 2015, a associação de empregadores impôs a caducidade do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) que mantinha com a Fenprof desde 1974», tendo aprovado, «com o apoio dos sindicatos da UGT», um CCT que «criou uma situação ainda mais negativa para os docentes do ensino particular e cooperativo», a nível salarial, da carreira e das condições de trabalho, «do que aquela que se vive no ensino público».
Afirmando que há muito alerta para «a previsível falta de professores» e que tem apresentado propostas «para dar resposta imediata e prevenir o futuro», a Fenprof vai entregar, após as eleições, uma petição à Assembleia da República e um abaixo-assinado ao futuro governo, para exigir medidas que revalorizem a profissão docente e que a tornem mais atractiva para os mais jovens.
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