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Forte adesão pára produção da Cerealis na Maia

Mais de uma centena de trabalhadores da fábrica da Cerealis, no concelho da Maia, estão em greve esta quarta-feira. Exigem aumentos salariais e o fim da discriminação praticada pela empresa.

Trabalhadoras da empresa de produtos alimentares Cerealis na concentração de protesto
CréditosESTELA SILVA / LUSA

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação do Norte (Stianor/CGTP-IN), a linha de produção da fábrica da Cerealis – empresa que detém as marcas Milaneza, Nacional e Napolitana – está parada face à adesão de cerca 150 trabalhadores, num universo de 200.

Em causa na greve de 24 horas, iniciada hoje às 6h, estão os baixos salários dos trabalhadores, pouco acima do mínimo nacional, apesar de muitos estarem na empresa há bastante tempo. Por outro lado, afirmam que os aumentos salariais atribuídos recentemente pela empresa, na ordem dos 23 euros, não foram para todos, tendo como base critérios discriminatórios.

Sónia Teixeira, trabalhadora na fábrica há mais de dez anos, afirmou à Lusa que foi também excluída do aumento salarial e que, ao questionar a empresa, lhe responderam que foi pelo «absentismo». Porém, tal foi por causa de «um acidente de trabalho», acrescentou, depois ter caído na fábrica e ter sido obrigada a a estar dois meses e meio «em casa pelo seguro».

Já José Lapa, dirigente do Stianor, salientou que a situação se sucedeu também aos trabalhadores que «tiveram baixa, acidentes de trabalho ou por assistência aos filhos». Além disso, acusou também a empresa de chantagear qualquer melhoria nas condições de trabalho com a caducidade do contrato colectivo.

A par dos aumentos salariais, os trabalhadores da fábrica da Maia contestam a intenção da Cerealis de retirar vários direitos, como o pagamento em dia de feriado ou de reduzir o valor das horas nocturnas, e exigem ter condições de trabalho semelhantes aos colegas de outras unidades.

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