Em declarações ao jornalistas, Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN), frisou que a greve de hoje teve «mais de 80% de adesão em termos nacionais». Todavia, os dados são preliminares e não incluem ainda os números de adesão da tarde e de todos os distritos do País.
No entanto, a Frente Comum realça que os números da manhã e a paralisação total de muitos serviços, como escolas, recolha de lixo, museus, repartições de finanças, entre outros, revelam em si o grande impacto da greve.
Na administração local, à excepção das câmaras de Almada e do Funchal, «está tudo a 100%» no que refere à adesão à paralisação, enquanto que na Saúde foram muitos os hospitais a funcionar apenas com os serviços mínimos.
Ana Avoila afirmou que a «greve está a dar o sinal que os trabalhadores estão muito descontentes com o que se está a passar e a forma como estão a ser tratados» por parte do Governo, que insiste em deixar mais de 600 mil funcionários públicos sem quaisquer aumentos salariais, tendo os últimos sido em 2009.
A dirigente sindical voltou a frisar que só não há aumentos salariais por falta de vontade do Governo, que acusa de estar «obcecado com o défice» e de, mais uma vez, insistir em arrastar no tempo a resolução dos problemas. Além disso, o Executivo do PS insiste que aqueles que passem para os 635 euros percam os pontos de avaliação, violando assim o direito à progressão destes trabalhadores.
«Esta medida é uma operação de cosmética demagógica, que não só prejudica, uma vez mais, os trabalhadores no seu direito à progressão, como insiste na não actualização salarial e passa uma falsa e perigosa ideia de que os trabalhadores da Administração Pública estão a ser privilegiados face aos privados», reiterou.
A paralisação nacional de hoje foi convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN), a que se juntaram mais tarde os sindicatos da UGT.
Entre as reivindicações, as estruturas sindicais exigem que o direito à progressão dos trabalhadores seja respeitado, bem como aumentos para todos e a revisão da Tabela Remuneratória Única, que está desactualizada. No que toca a valores concretos, a Frente Comum exige 60 euros de aumento para os salários mais baixos e 4% para os restantes, enquanto as estruturas da UGT defendem 3,5%.
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