As estruturas sindicais da Administração Pública foram surpreendidas hoje com o anúncio do Governo, num comunicado do Ministério das Finanças para um aumento no nível mais baixo de remuneração de 580 euros para 635 euros.
«O Governo propôs hoje uma medida que concilia a dimensão financeira, jurídica, e política: o aumento da base remuneratória da administração pública, elevando-o para o montante correspondente ao atual 4.º nível remuneratório da Tabela Remuneratória Única (TRU), ou seja, elevar a remuneração mais baixa dos atuais 580 euros para 635 euros», disse, em comunicado, o Ministério das Finanças.
Em declarações aos jornalistas, Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN), afirmou que a proposta do Governo não é justa, nem é honesta e não tem em conta o que tem sido defendido pelos representantes dos trabalhadores.
«Dá um aumento de 55 euros a estes 70 mil trabalhadores enquanto que os outros 600 mil ficam sem aumentos de salários. Isto é inaceitável. O Governo não pode vir com uma argumentação falaciosa que é para combater a pobreza e portanto vai avançar só com alguns», reiterou.
«O que estamos a discutir são aumentos salariais para os trabalhadores que já não são aumentados há dez anos. E aí não há nenhuma proposta, o que o Governo vai fazer já era obrigado a fazê-lo por força do subida do Salário Mínimo Nacional (SMN)».
Os trabalhadores da Administração Pública estiveram em greve no passado dia 26 de Outubro, para exigir aumentos salariais justos em 2019. A Frente Comum defende um mínimo de 60 euros para os salários mais baixos e de 4% para os restantes, visto que os salários estão congelados desde 2009 e os trabalhadores perderam desde então mais de 18% do valor.
Na reunião da Concertação Social também realizada hoje, o Governo propôs que o valor do salário mínimo nacional seja fixado nos 600 euros a partir de 1 de Janeiro de 2019.
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