O anúncio foi feito ontem aos jornalistas pela coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, à saída de uma reunião no Ministério das Finanças, sobre as matérias para a Administração Pública, que irão constar na Lei do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018).
Em causa está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários, o descongelamento «imediato» das progressões na carreira, a reposição do pagamento das horas extraordinárias e as 35 horas para todos os trabalhadores, explicou Ana Avoila.
Em matéria de progressões, antes da discussão da proposta com o Executivo, e em declarações à Agência Lusa, a coordenadora da Frente Comum admitiu que não aceitavam que o Governo pagasse as progressões faseadamente.
Tal como o AbrilAbril noticiou, a proposta define menos cortes para o valor das horas extraordinárias, que passam a corresponder a 17,5% na primeira hora (contra 12,5% actuais) e a 25% nas horas ou fracções subsequentes (contra os actuais 18,75%).
Já o trabalho extraordinário ou suplementar prestado em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar, e em dia feriado, «confere o direito a um acréscimo de 35% da remuneração por cada hora de trabalho efectuado».
A proposta foi caracterizada por Ana Avoila como «um balde de água fria». «Não podemos aceitar que o pagamento do trabalho suplementar, seja ao fim de semana ou dia feriado, não seja pago na totalidade», acrescentou a dirigente sindical, admitindo que «as propostas não vão resolver nada».
No fim da reunião com o Governo, apesar de considerar que este fez «um esforço», a dirigente sindical sublinhou que o resultado «defrauda as expectativas dos trabalhadores».
Sobre o protesto agendado para o dia 27 de Outubro, Ana Avoila disse que «só não será feita se o Governo quiser». «Está nas mãos do Governo», frisou.
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