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Frente Comum prepara acção de luta nacional para Fevereiro

Perante a intransigência do Governo, que recusa aumentos salariais para todos na administração pública, a Frente Comum afirma que está a preparar formas de protesto e coloca a possibilidade de greve.

Greve dos trabalhadores da Administração Pública em vários sectores. Foto de arquivo.
Créditos / Frente Comum

No final de uma reunião negocial com a equipa do Ministério das Finanças, Ana Avoila disse que o processo negocial «vai continuar durante o mês de Janeiro», mas, perante um contexto em que o Governo insiste em «não aumentar mais de 600 mil trabalhadores», os trabalhadores devem «organizar-se».

«Os trabalhadores tinham expectativas que este Governo lhes ia resolver os problemas criados pelos anteriores, mas chega-se ao final do mandato e ficamos novamente sem aumentos salariais, carreiras como estavam e os trabalhadores não aceitam isso. Vamos organizarmo-nos e está já em discussão uma luta em Fevereiro, em manifestação nacional ou greve», afirmou

«O Governo é responsável pelo que se está a passar em toda a Administração Publica, as faltas de pessoal e de rendimento. Se não aceita aumentos salariais, os trabalhadores têm que se organizar, porque só lutando é que conseguem alterar as suas condições de vida e de trabalho», acrescentou.

Ana Avoila acusa o Governo de não querer negociar e voltou a defender a proposta reivindicativa da Frente Comum: um mínimo de 60 euros para os salários mais baixos e de 4% para os restantes, visto que os salários estão congelados desde 2009 e os trabalhadores perderam mais de 18% do valor.

À revelia das posições sindicais, o Governo avançou com uma proposta de aumentos salariais só para alguns trabalhadores, aumentando os salários mais baixos de 580 euros para 635 euros em 2019. O fundamento para a medida é o pretexto do combate à pobreza, apesar de estes escalões já serem beneficiados com a subida do salário mínimo nacional.

Segundo os últimos dados publicados pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), em Setembro existiam 671 mil trabalhadores no Estado, o que significa que mais de 600 mil não terão actualizações salariais, caso a proposta do Governo se mantenha.

Com agência Lusa

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